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24 de Abril de 2024

Janaúba e Adjacente

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há 4 anos

Janaúba e Adjacente

Histórias, Comentários, Poesias e Contos...

Janaúba/MG

2018

A presente Obra, Janaúba e Adjacente; Histórias, Comentários, Poesias e Contos... Trata-se de uma Literatura com autoria de João Domingos Soares de Oliveira. Todos os direitos reservados: A reprodução do presente módulo total, ou parcial é proibida, sem a autorização do autor.


Localidade da Redação da Obra: Município de Janaúba, Norte de Minas Gerais.

Início da redação: 15 de novembro de 2015; conclusão: 15 de janeiro de 2016. 1ª atualização para a segunda edição: 28 de maio de 2016 a 05/07/2016. 2ª atualização para a segunda edição: 30 de outubro de 2017 a 04 de dezembro de 2018. 3ª atualização 18/10/2019;

CORREÇÃO ORTOGRÁFICA, GRAMÁTICA E LEITURA CRÍTICA: Francisco Rodrigues Júnior, Professor universitário em Língua e Literaturas Latina, Brasileira e Portuguesa, revisor; E Natali de Lima Sorrentino, Formada em Letras (português/inglês).


INTRODUÇÃO

Contar-vos-ei a linda e emocionante história de uma cidade, denominada Janaúba, situada ao Norte do estado de Minas Gerais - Brasil. Mas, como a história de Janaúba é inseparável da história de Nova Porteirinha, dai vem a complementação, “e Adjacente”. Mas, o que seria de uma cidade sem a sua gente? Portanto, os relatos sobre seu povo são o eixo central desta história, destes comentários, destas poesias e destes contos. E para complementar os detalhes sobre esse povo será também apresentada a cidade de Nova Porteirinha Minas Gerais.

Não se trata de pouca importância conhecer a história e as estruturas de uma cidade saudável, abrigadora e hospitaleira. Afinal, há muitas cidades, até mesmo industrializadas, mas não atraem tantas pessoas como Janaúba. Mesmo que ela não ofereça boas opções de empregos, cresce mais do que muitas cidades que oferecem. Janaúba tem uma atração especial, por isso, vale muito a pena conhecê-la, mais especialmente.

Janaúba é uma cidade de porte médio. Ela é a segunda maior cidade do Norte de Minas, ficando atrás, tão somente, da segunda capital norte-mineira, a saber, Montes Claros. Janaúba está entre os vinte melhores lugares mineiros para se viver, ganhando, até mesmo, de grandes polos, como, por exemplo, Teófilo Antônio. (Wikimedia).

Mas para Janaúba chegar até onde chegou, foram necessários, pelo menos, quatro fatores, tipos: 1) Situada em uma localização geográfica estratégica (exemplos: os moradores de grande parte da Bahia ao irem para o Sudeste brasileiro têm que passar por Janaúba – Ao irem para o maior projeto de irrigação da América Latina, o Jaibão, também precisam passar por ela – E dificilmente os viajantes não deixam nela um valor monetário importante); 2) Ser privilegiada com a sua riqueza em águas; 3) Possuir terras planas e férteis; 4) A estrada de ferro – a Central do Brasil - teve papel importante no desenvolvimento da cidade, em apreço. Não é atoa que nós mineiros dizemos: - Ô trem!

Com este Trabalho, os gorutubanos, os janaubenses e todos os interessados têm a grande oportunidade de conhecer, mais profundamente, Janaúba e sua Gente. Cientes desta história, possamos nos unir para continuar contribuindo com o contínuo desenvolvimento da cidade – mas que ela cresça de maneira sustentável. Que Janaúba continue se expandindo, mas sem prejudicar o rio e nem as demais naturezas.

Com formações Teológica, Psicanalista e Literária, o presente autor extraiu dados para compor a presente obra através de quatro fontes: conhecimentos próprios, visto que é residente da referida cidade desde 1975; entrevistas a algumas pessoas gorutubanas e outras pessoas da terceira idade; pesquisa em fonte primária (livro); pesquisas em fontes secundárias (internet). Resumindo a metodologia, Pesquisas bibliográficas e de campo.

A presente Obra tratará sobre oito pontos, saber: Rio Gorutuba, Gorutubanos, Vale do Gorutuba, Gameleira, Janaúba, Distritos, Microrregião e Nova Porteirinha.

Vale muito apena degustar esta maravilhosa literatura até ao fim, porque além de educação, ela é cultura, é entretenimento.

SONHOS

Terra de povo que labuta;

Muito reverente;

E bacana demais.

Eles não fogem da luta;

Estão sempre contentes;

E não ficam para trás.

Aqui tem estrutura;

Não tem nada pendente;

Isto é realidade.

Não importa a espessura;

Quando se marcha para frente;

E muita capacidade.

Filha do Gorutuba;

Onde o pessoal é inteligente;

E muito orgulho nos traz.

Refiro-me a Janaúba;

E também a sua gente;

Princesa de Minas Gerais.

I. RIO GORUTUBA

O serrado é predominante no relevo do estado de Minas Gerais. Esta é a razão desse estado ser o berço de importantes rios brasileiros. Minas não tem mar, mas têm as fontes de vida, as fontes de águas potáveis. Ninguém ingere e nem irriga com águas marítimas.

Em Minas nasce o rio que mantém a sobrevivência de uma das maiores regiões do Brasil. Exemplo, o quinto maior rio brasileiro, o São Francisco, que nasce na Serra da Canastra (No sudoeste de Minas Gerais, abaixo do Triângulo Mineiro, bem perto da divisa com o estado de São Paulo). Trata-se do rio mais importante de todo o Nordeste brasileiro.

Em meio a tantos rios importantes que nascem no Estado de Minas Gerais, nasceu também o Rio Gorutuba, que é o nosso foco neste capítulo.

1. NASCENTE

No munícipio do Brejo das Almas, a atual cidade de Francisco Sá/MG, mais precisamente no Distrito de Catuní, mais próximos às comunidades de Tamanduá, Lavas e Olhos D’agua - nasce um belo rio. E devido à quantidade de sapos cururus presentes em suas margens, os índios o batizaram como: Kurutuba (que é cururu na linguagem dos índios Tapuias).

A sua nascente é um lugar encantador. A minha mãe, a qual me passou grande parte desse relato, nasceu e foi criada próxima a ela. Naquele paraíso, a minha mãe, meus tios e meus avós davam água aos animais, pescavam, plantavam hortas, pegavam água, banhavam, lavavam louças e roupas. Ela e meus tios brincavam e nadavam naquele lugar maravilhoso. Próximo dali formou-se uma comunidade chamada de “Olhos D’água” devido às encantadoras nascentes do rio Gorutuba.

CONTO I

Lá há um alto monte chamado de Serra do Feiticeiro. E segundo os moradores daquela região, nesta serra aparecem sinais sinistros, como: ouvem-se galo cantar, cachorro latir, ver porcos que lançam fogo pela boca e alguns ruídos. Mas ao subir no referido monte, é constatado que não há nada ali exceto a Flora (o conjunto de vegetais da região) e a Fauna (o conjunto de animais da região).

Com relação à data desta digitação, ontem mesmo, conversei com alguém desta região, o qual me contou: Que um de seus conhecidos, estava vindo de uma pequena viagem e teve que passar próximo a Serra do Feiticeiro, à noite, fator que eles procuravam evitar o máximo. E de repente, um gato pulou a sua frente, e, tentava impedir que ele seguisse o seu caminho. Ele desviou para um lado e o gato o atalhou. Desviou para o outro e o fenômeno bizarro tornou a atalhá-lo. Depois, o homem tirou um facão e foi batendo nele, o qual começou a andar de ré. O moço foi seguindo-o. Ainda de ré, o gato subiu em uma árvore – o homem subiu também. Lá em cima, o fenômeno olhou para ele e falou: - Mas, como você tem tanta coragem assim?! E sumiu. Isto é um dos cotos deste povo. Individualmente, não posso provar, mas vai dizer para eles que isso é mentira?!!

CONTO II

A minha mãe disse que uma vez, ela e sua irmã estavam lavando roupas, a uns cinquenta metros da nascente do Gorutuba. De repente, desceram na pequena correnteza várias coisas tipo pedras douradas, do tamanho aproximado de um grão de milho, e elas perderam um tempão tentando pegá-las, mas os corpos desconhecidos escorregavam entre os seus dedos. Até que sumiram.

Eu creio que isso ficou no pretérito (passado). Talvez isso não aconteça mais. Mas, todavia, estes são os testemunhos de várias pessoas sinceras. Estes contos fazem parte da cultura desse povo. E ao contá-los, consiste em um entretenimento.

VOLTANDO À HISTÓRIA

Mas, além disto, é um lugar com abundantes águas frescas, cristalinas e doces, onde se pode beber água enquanto se banha. Ali há muitas árvores altas proporcionando infinitas sombras – com lindas cascatas encantadoras, imensos rochedos e grandes bancas de alvas areias.

Ali, os pássaros se encarregam das suaves melodias. As borboletas, de diversas cores, revoam o ano todo. E a gostosa brisa vem acompanhada por um saboroso cheiro de relvas. De ante esses adjetivos (qualidades) do lugar compensam tudo, eles cobrem todas as coisas imperfeitas dali.

2. PERCURSO

Então, o Rio Gorutuba nasce no Município de Francisco Sá; depois ele faz limites no Município de Janaúba ao Oeste, e ao Leste, com os Municípios de Riacho dos Machados, Nova Porteirinha, Porteirinha e Pai Pedro. Posteriormente, o majestoso rio passa pelos Municípios de Jaíba e Gameleiras. E na divisa com o Município de Matias Cardoso, faz afluência no Rio Verde Grande.

3. BELEZA

Como todo rio, as suas margens são verdejantes. Com altas árvores frondosas, como: jatobazeiros, juazeiros, bananinhas, carnevacas, e muitas outras.

Com as suas águas transparentes, os peixes são vistos nadando entre as pedras, e até mesmo, de bem fundo. As suas alvas areias formavam praias que atingiam até mais de quinhentos metros de largura. Na praia do Copo Sujo foi preservado um pouco dessa beleza. Há lindas cascatas que parecem um sonho – como no Barreiro da Raiz, por exemplo, já no Município de Janaúba.

Não na sua nascente, mas foi nesse paraíso que fui criado. Ali eu ficava a maior parte do meu tempo. Durante o dia, quando não estava estudando, eu estava no rio. Aprendi a nadar, nadava, banhava, jogava bola naquelas praias, e ganhava algum dinheiro lavando carros. E a partir da minha adolescência dividi o meu tempo livre com o futebol de areia e a prática do Karatê. Era uma sensação inexplicável treinar os Katás e os comitês naquelas areias branquinhas, com os meus colegas. E quando estávamos bem cansados e suados, sairíamos correndo e pulávamos naquelas águas cristalinas – não há dinheiro que pague aquele prazer natural. Naquela época não havia drogas e nem bandidos, na região, tinham uns ladrõezinhos de galinhas.

Havia em Janaúba os compradores de gado. Eles compravam bois e vacas de toda a região. Os quais eram postos em um grande curral, o maior que vir até hoje – ele se chamava “Curral de Ferro”. Era construído de trilhos de linha. Todos os moradores com mais de 30 anos em Janaúba já ouviram falar sobre esse curral, e outros, conheceram-no pessoalmente – como a localidade onde ele jazia. E desse curral os rebanhos eram embarcados nos cargueiros férreos.

E quase todos os dias vinham grandes boiadas que passavam, literalmente dentro da cidade. Com isso, todos tinham que fechar as portas de suas casas e ficavam assistindo o inesquecível episódio pelas janelas. Algumas mulheres até esqueciam o arroz cozinhando, o qual queimava.

Mas quando as boiadas atravessavam o rio, era um espetáculo maravilhoso. O rio vazio era raso. Eu não sei como se sentiam os vaqueiros, mas para a garotada era muito especial...

Uns boiadeiros ficavam do lado de cima do rio, e os outros ficavam do lado de baixo, formando um corredor. Enquanto isso um, ou dois iam para frente e os demais ficavam atrás do gado. E eles cantavam: - Oooooo, boooiii – Vem, vem, vem... Interessante, o gado tanto respondia berrando, como ia mesmo.

Apesar de tantos cuidados, por parte dos vaqueiros, fugia do meio do rebanho algum boi. E eles colocavam os seus cavalos para correr o máximo atrás daquele boi. Para nós essa era a parte mais emocionante. Mas eu acho que os vaqueiros não gostavam muito, porque eles xingavam bastante. Nunca mais vir tantos bois reunidos num mesmo lugar.

Quando agente ia sair para a escola, ou para outro lugar, as nossas mães diziam: - Tomem muito cuidados com as boiadas!!! Porque na verdade era muito perigoso. Quando elas vinham todos tinham procurar uma casa para entrar, ou uma árvore para subir. Não era só no rio, até dentro da cidade escapava um boi, ou uma vaca do meio da boiada e saia correndo em alta velocidade.

Esse foi um tempo bom, gostoso, tranquilo e seguro que não volta mais. Mas é isto mesmo, é para frente que se anda. Enquanto, muitas coisas boas ficaram na história, surgiram muitas outras coisas gratificantes.

4. ENCHENTES

Nos tempos de chuvas, todo o pessoal ia ao rio assistir ao espetáculo das enchentes. As águas ficavam feias, sujas, onde desciam árvores e até animais. O rio ficava muito profundo. Às vezes, morria gente. Mesmo assim, a rapaziada pulava nele e atravessava-o. Eles pulavam até das pontes. Eram pulos de ponta, saltos mortais e os mais medrosos pulavam em pé mesmo. E quando alguém errava o pulo de ponta e batia a barriga na água, dizíamos: caiu de barrigada. Isso é muito doloroso!

E o pessoal ficava muito preocupado com as crianças, porque se elas caíssem ali era fatal. Quando eu era pequeno, não via a hora crescer logo, para pular também no rio cheio. Naquela época todos os anos o rio enchia.

Com o rio cheio, ninguém iria ali para pegar areia, lavar carros, roupas, ou louças. Mas alguns iam para pescar – porque até então, eles não tinham como ganhar dinheiro com as cargas de areia e nem lavando carros - e era preciso pescar alguns peixes para vender e para própria manutenção.

Só é que, vender peixes em Janaúba, com o rio cheio, era como vender areia no deserto. Mas, na estação férrea, passava o trem diariamente. Onde o pessoal ganhava alguns cruzeiros vendendo, não somente peixes, mas, também, biscoitos, doces, frutas e etc..

Outras pessoas iam para se aventurar, desafiando a sua profundidade e as suas fortes correntezas. E alguns iam, simplesmente, para assistir as abundantes águas, ouvir o forte barulho das correntezas e dos remansos.

Além disso, o que passava na cidade se ouvia dizer no rio. Mas as novidades eram mesmo do próprio rio. Exemplos: “Tal pessoa está saltando muito bonito esse ano; fulano brigou com sicrano; alguém pegou um grande peixe; o bêbado caiu na água e morreu; a pessoa caiu na água, mas alguém a tirou (eu mesmo já tirei umas três pessoas se afogando no rio); desceu um bezerro; a casa de fulano caiu; etc.”.

Nessa época, dificilmente se ouvia falar em telefone; nem nos países de primeiro mundo pensava-se em celular. Eram pouquíssimas as televisões na cidade, elas eram de cores em preto e branco. Então, o rio era a única opção de lazer.

Mas com certeza, se ele fosse assim hoje, Janaúba seria o melhor roteiro turístico de toda Minas Gerais, e o rio ganharia a concorrência de celulares, televisões, estádios, quadras, e de todas as redes sociais online.

Porque quando chegávamos ao rio esquecíamo-nos dos problemas e revíamos os amigos. Ali trabalhávamos e divertíamos ao mesmo tempo. Se para trabalhar já era muito bom, já imaginou, somente para o lazer?

5. PEIXES

Há várias espécies de peixes no rio Gorutuba, a saber: Curimatãs, Piranhas, Piaus, Traíras, Mandins, Bagres, Dourados, Piabas, Xuxuêtas (pequenos bagres), Carís e etc.. Muitos desses peixes não se encontram mais na região, eles estão extintos.

Com isso, a atividade de pescar fazia parte da cultura dos gorutubanos e janaubenses. Todos os moradores mais próximos ao rio, ali pescavam de alguma forma. Muitas mulheres pescavam assim: Elas procuravam uma garrafa; quebrava-a no fundo; tapava a sua boca com pedaço de sabugo; encaixavam na quebradura um pedaço de chinelo cortado em círculo, com uma pequena entrada no centro; colocavam nela farinha e deixava-a no fundo da água – as piabas entravam nessa garrafa e não conseguia mais sair – então aquelas piabas viravam a mistura do almoço.

As pessoas adentravam descalças no rio e acontecia de pisar involuntariamente nas xuxuêtas. Mas elas têm um ferrão em cima, assim estrepavam os seus pés e choravam de dor... Porque além de serrilhas, no ferrão delas, há também toxina que faz com que a vítima agoniza-se de dor. E você, já chegou pisar em uma xuxuêtas?

6. ECONOMIA

Até em mil, novecentos e setenta e oito o Rio Gorutuba era a fonte econômica mais importante para a classe social menos favorecida da cidade. Era um grande movimento tanto de gente, como de carros de dia e de noite. Vinham caminhões de todas as partes do Brasil em busca das lindas e alvas areias, para todos os tipos de construções. Como o rio enchia anualmente as águas traziam outras areias. Mas com a construção da Barragem do Bico da Pedra, em 1979, as areias não vieram mais, hoje só há taboas.

A pesar do grande dano ambiental (assassinaram o paraíso encantador), ninguém ganhava dinheiro com as vendas daquelas areias. Os caminhoneiros só pagavam os homens para carregar os caminhões. Em matéria de classe baixa, o pessoal ganhava bastante dinheiro com isso. A moeda na época chamava-se cruzeiro.

Os adolescentes e as crianças trabalhavam lavando tanto os caminhões, como os automóveis. Em aquela época os automóveis eram: Rural, Corcel, Fusca, Opala, Caravam, Belina, Maverick, Veroney, Brasília, C10, Jipe e outros.

Em aquela época não havia a lei do monopólio. Cada montadora tinha o seu modelo exclusivo. Uma montadora não poderia copiar o modelo da outra. Mas, atualmente, uma montadora pode montar um veículo parecido com o modelo de outra.

Antigamente a Gasolina era barata, ninguém reclamava do seu preço. Havia até mesmo caminhões a gasolina. Com o alto preço do combustível, hoje quase não se pode utilizar a Opala, nem o Maverick e outros - Que eram automóveis que consumiam muito – mas também são velocíssimos.

As mulheres lavavam roupas e louças, tanto para si, como para os outros. Elas passavam sabão nas roupas e as estendia na areia, para os raios solares tirar as manchas e clareá-las. Eles agiam como a água sanitária.

Antes do projeto de irrigação, a região de Janaúba e de Nova Porteirinha, era considerada uma das regiões mais pobres do mundo. Assim como os países do Continente Africano e do Haiti. Mas com a construção da Barragem do Bico da Pedra, a cinco quilômetros dos centros dessas cidades, iniciou o processo de irrigações, à margem esquerda do rio, no Município de Janaúba; e à margem direita do rio, no Município de Nova Porteirinha. Assim, aquele grau de pobreza foi amenizado. Mas, o que custaria ajudar também o rio? Visto que há muitos moradores, ao longo de seu percurso, que também depende de suas águas? Não somente as pessoas, propriamente ditas, mas, igualmente os animais bebiam dessas águas.

Até agora só houve a exploração do rio. Esse foi o único projeto. Ainda, não houve um projeto para restaurá-lo. O Rio Gorutuba estar morrendo cima da barragem. Esse rio, já estar morto abaixo dela. Ele só funciona como córrego não perene. O Rio Gorutuba fez e estar fazendo demais, mudou a quadro econômico da referida região, enricou muita gente. Mas, é como diz o ditado “de onde tira e não põe”?!!

Os produtores rurais iniciaram grandes plantios e contrataram muitas pessoas para trabalhar, e a região melhorou bastante, financeiramente. Mas falta ainda muita coisa: Precisamos também de indústrias.

E com os anos de poucas chuvas, a gigantesca represa estar muito baixa. Atualmente os produtores para garantir a sua produção precisam abrir poços artesianos. Além da escassez de chuva, a referida barragem precisa enviar água:

a) Para o projeto de irrigação I, à margem direita do Rio Gorutuba, no Município de Nova Porteirinha, onde na sua manutenção, a água é conduzida pelo canal mestre.

b) Para o projeto de irrigação II, à margem esquerda, do referido rio, na sua manutenção, a água é conduzida pelo rio. Onde bem abaixo há uma pequena barragem e uma bomba com um motor, para bombear a água e jogá-la em outro canal, desta feita, no Município de Janaúba.

c) Para a manutenção da COPASA, que abastece as duas cidades, a saber, Janaúba e Nova Porteirinha. E devido a grave seca na região, todo ano é preciso enviar água, através de caminhões pipas, para cidades da Micro Região, e outras.

d) E com uma simples volta nos projetos de irrigações, são constatados grandes desperdícios de água.

II. GORUTUBANOS

Para entendermos a origem dos Gorutubanos precisamos pesquisar sobre os Índios Tapuias da região, analisar sobre os escravos afrodescendentes e a fusão de ambos os povos.

1. ÍNDIO TAPUIAS

Segundo a Wikipedia (online) até por volta do ano 1600, no final do século XV, a região da atual Janaúba e Nova Porteirinha era ocupada pelos índios tapuias. O Norte de Minas Gerais politicamente faz parte do Sudeste brasileiro. Mas, climaticamente faz parte de o Nordeste do Brasil. Portanto, a temperatura climática é muito alta - faz bastante calor. Fator que favorece a estadia de índios - visto que eles não podem morar em localidades de temperaturas baixas. Porque as suas “vestimentas” não são apropriadas para regiões frias, somente para lugares de temperaturas altas. Assim, a temperatura ambiental age como agasalho.

Quatro fatores são favoráveis à moradia de índios, a saber: calor, rio, flora (mata) e fauna (os animais que vivem em determinada floresta). E o rio Gorutuba na localidade de nosso foco tinha tudo isto com muita perfeição. A região de caatinga (isto significa que faz muito calor), riquíssima em árvores e em animais. Quanto ao rio é como você já sabe, era um paraíso e muito rico em várias espécies de peixes. Assim, os índios Tapuias habitavam ali desde uma época desconhecida.

Segundo a Bíblia Sagrada (Gn 11), Chaplin (2011), e Josefo (1990, p. 85), os Continentes do mundo foram totalmente povoados depois do ano 1800 a. C., após a divisão das línguas primitivas na Torre de Babel.

Então, na região da atual Janaúba e Nova Porteirinha havia índios, e as suas aldeias [conjunto de ocas (casebre de palhas em formato circular)] eram construídas nos lugares mais altos, por causa das enchentes. Localidade que posteriormente passou a se chamar “Vale do Gorutuba”.

Segundo Hernani (online), algumas aldeias de Índios nesta mesma região, a saber, no Sudeste Brasileiro, os Tupinambás eram canibais. Eles comiam carnes de seus inimigos de guerra. Os mesmos acreditavam que ao comerem carne humana de um inimigo, estariam incorporando a sabedoria, valentia e conhecimentos. Com isso, esses índios, não se alimentavam da carne de pessoas fracas, ou covardes. A prática do canibalismo era feita em rituais simbólicos. Mas, lembre-se, estamos falando, de índios, quase iguais aos Tapuias, os Tupinambás, que não são os Tapuias, propriamente ditos. Pode ser que os tais não fossem canibais – como também pode ser que fossem.

E como a região é muito arenosa, com isso, bastante propícia ao plantio de mandioca e amendoim. Essa atividade era efetuada pelos homens – que também caçavam, pescavam e protegiam a aldeia. E as mulheres, colhiam, preparavam a alimentação, ou o beiju (farinha de mandioca úmida e aquecida em uma chapa, um bolo com formato de pizza), para todos comerem. Elas também preparavam as caças e os pescados - que até o “descobrimento” (ou a invasão) do Brasil, eram comidas cruas. Mas com a orientação dos padres jesuítas, os índios passaram a assá-los. Assim surgiu no Brasil o churrasco. Lembrando que essa orientação dos padres, não ocorreu somente em Minas Gerais, mas também em todo o Brasil.

Não ali, mas, próximo à nascente do Rio Gorutuba, o meu avô materno (Marcelino) que era afrodescendente, se casou com a minha avó (Orasbela), que era índia legítima, e selvagem, deu um trabalhão para ele domesticá-la. Eu também faço parte dessa história, visto que: cacei onde eles caçaram, pesquei com anzol onde eles pescaram com flechas, brinquei nas mesmas praias onde aqueles curumins (meninos) brincaram, aprendi a nadar e nadei no mesmo rio em que eles aprenderam a nadar e nadaram. Eles moraram ali e eu também. Os homens acabaram com aquele paraíso, mas sonho com ele até hoje. Eles conseguiram tirá-lo de fora de mim, mas aquelas praias permanecem na minha lembrança para sempre.

De acordo com dados do Censo 2010 (IBGE), o Brasil possuía, em 2010, 896.917 indígenas. Este número correspondia a 0,47% da população do Brasil. (HERNANI).

2 . ESCRAVOS

Segundo a História Secular, no ano 1500 os portugueses chegaram ao Brasil. A sua primeira exploração aqui foi o corte do pau Brasil – árvores das quais derivou o nome do nosso país. Essa mão de obra era efetuada por meio da escravização indígena.

Posteriormente, deu início na colônia portuguesa o plantio de cana-de-açúcar. Para isso, era necessária mais mão de obra. Portanto, eram raptados pessoas de países do sul da África- que eram transportados ao Brasil nos porões dos navios, em condições caóticas. E grande quantidade deles iria a óbito na viagem.

Os africanos capturados morriam por consequência de vários fatores, a saber: quando os navios chamados de caravela não se naufragavam, eles morriam de fome, de cede, e sufocado (devido à grande quantidade de pessoas em um lugar sem ventilação e escuro). Além disso, os mesmos iriam a óbitos causados por doenças tipo, malária, popularmente, chamada, maleta e outras.

Ainda segundo a História Secular, a primeira caravela de escravos chegou ao Brasil em 1538 - que eram vendidos. Os principais compradores de escravos eram os fazendeiros, plantadores de cana-de-açúcar chamados senhores de engenhos e os garimpeiros – que ainda procuravam o minério precioso. Esses engenhos eram as fábricas primitivas de raspadoras.

Os escravos viviam em condições precárias e sub-humanas em uma moradia a parte, denominada senzala.

Durante a minha infância fui vizinho de dona Liza. Ela foi uma escrava e já faleceu a mais de vinte anos. No tempo que éramos vizinhos, eu era ainda bem criança – e somente a ouvia contar como era a escravidão - mas, eu não tinha maturidade suficiente para indagá-la melhor a esse respeito.

Mais de uma década depois passei a conhecer e fiz amizade com outra ex- escrava, a saber, dona Josefa. Vivemos perto um do outro por um ano e meio. Atualmente, dona Josefa também não se encontra mais entre nós. Somente os seus filhos, netos e bisnetos que podem confirmar tudo isto. Ela era lúcida e fazia questão de viver sozinha em sua própria casa – mas, todavia, dois de seus filhos, moravam ao lado de sua casa.

Como dona Josefa era muito boa de prosa, agente estava em sua casa quase sempre – além disto, ela gostava muito de visitas. Segundo os seus filhos, quando dona Josefa faleceu ela tinha mais de 115 anos.

Com respeito à dona Josefa eu tive mais liberdade para entrevistá-la. Ela disse-me que tinha dezoito anos quando a princesa Isabel libertou os escravos no Brasil. E na comemoração, festejou durante uma semana. Dona Josefa relatava que a sua função era cozinhar para os demais escravos. E ela jamais se esquecia de quando os carrascos mataram o seu irmão enquanto o açoitava – mas, segundo ela ninguém poderia chorar. Então eles iam onde havia água e lavavam o rosto para disfarçar.

Conforme os relatos destas duas pioneiras: Os escravos trabalhavam deste os primeiros raios solares, até o crepúsculo se completar literalmente. Isto é, das cinco horas da madrugada, até às dezoito e trinta. Mas havia circunstância que era preciso trabalhar as vinte quatro horas do dia.

Eles não tinham descanso nos fins de semana, não havia feriado e nem férias. Qualquer erro que eles cometessem no trabalho, como deixar a enxada cortar uma pequena plantação; ficar um matinho para trás sem cortar; demorar em fazer um serviço; alimentar, ou beber água demoradamente; gastar certo tempo para fazer as suas necessidades fisiológicas e etc. eles eram punidos com o açoite. Isto é, os mesmos apanhavam muitas vezes com um chicote. (Um instrumento com um cabo de acerca de cinquenta centímetros, com várias cordas de couro cru traçado, medindo aproximadamente um metro, com nós, madeiras, ou ferro, nas suas pontas).

Devido à série de maus-tratos e a severidade do próprio açoite, muitas das vezes a vítima iria a óbito durante, ou depois da tortura. Caso o escravo tentasse se defender, ou xingasse não haveria perdão, ele era morto.

Quando eles adoeciam com uma doença não muito grave como tosse, febre, dor de cabeça, tontura, e outras tinham que trabalhar normalmente. Os mesmos adoecendo com uma doença gravíssima, a qual não aguentariam andar, ou ficar em pé, mas que logo fossem curados eles ficariam amarrados na senzala. Mas se os escravos adoecessem com uma doença incurável, ou que demorariam se curar eram mortos.

Conheçam as sete marcas de um escravo: Muito Cansados, visto que não haveria descanso para eles; Arrebentados, de tanto pegar peso; Cicatrizados, de tantos açoites; Necessitados: Famintos, Sedentos, (eles dependiam do horário certo para dar-lhes comida e água, e não poderiam pedir) e só tinham uma muda rasgada de roupa; Muito tristes; Humilhados; e Discriminados.

2.1. ESCRAVIDÃO NO NORTE DE MINAS GERAIS

Tanto conforme, Mocellin (2005, p. 248), como, Fernandes (online), ainda no Período Colonial, o garimpo em Minas Gerais só iniciou no final do ano 1800, no século XVIII. Enquanto isso, os bandeirantes procuravam pedras preciosas, incansavelmente. Até que em Minas Gerais se focassem nos garimpos, como não havia na região o Pau Brasil, a atividade principal era o plantio de cana-de-açúcar, para a fabricação de raspadura (Um tipo primitivo de açúcar, mas que ainda existe). E esse processo de preparar a terra, plantar, cultivar e colher a cana dava muita mão de obra. Ainda depois, era preciso transportá-las para o engenho (indústria primitiva de raspadura). E depois de tudo isto, vem a fabricação da raspadura, propriamente dita. Então, era preciso de muita mão de obra. E nesta época, era efetuada pelos escravos. Os proprietários destas fazendas se chamavam “senhores de engenhos”. Os quais possuíam dezenas e centenas de escravos.

Segundo a Wikipedia (online), na região do atual Pai Pedro – Norte de Minas Gerais – havia muitas fazendas que tinham engenhos. Para a fabricação de raspadura - hoje elas foram substituídas pelo açúcar - e para a sua fabricação, dependiam de muita mão de obra. Funcionava assim: depois de moída (transformada em garapa) era fervida até evaporar quase todo o H2O (água) – ficando pastosa, isto é, antes da sua solidificação, a pasta em alta temperatura é colocada em formas de formato quadrado - formando assim a raspadura em formato de paralelepípedo retângulo. Todo esse trabalho era efetuado pelos escravos – que trabalhavam a troco de suas miseráveis vidas. Eles não comiam para se fartar, nem tinham duas peças de roupa e viviam descalços. Isso era os seus pagamentos.

Até hoje não conseguir entender como que alguém que se julga humano, tem a coragem de fazer tamanha desumanidade com o seu semelhante?! Ratifico-me que ainda há muitos desses desumanos que escraviza o ser humano por ai. Isto se dar porque pessoas sem a devida e correta educação pode virar monstros. De maneira que o maior predador do homem é o próprio homem.

Havia também as senzalas da antiga Vila de Nossa Senhora da Soledade de São José do Gorutuba, onde existia grande escravatura. E, todavia, fugiram escravos tanto do Município de Pai Pedro, como das senzalas da antiga Vila de Nossa Senhora da Soledade. (WIKIPEDIA ONLINE).

3 QUILOMBO

Conforme, Mocellin (2005, p. 240) um quilombo era um pequeno arraial, formado por escravos que fugiam das escravidões de seus senhores. Era normalmente situado em lugares estratégicos. Um quilombo precisava de pelo menos cinco fatores, a saber: água; escondido; de fácil sentinela (vigia), por parte dos quilombolas; de difícil ataque por parte dos capangas; e de fácil fuga, por parte dos quilombolas - caso não conseguissem se defender. Porque os ex – escravos colocavam em prática três planos, que são: planos (a) os capangas não os encontrarem; plano (b) caso fossem encontrados pelos capangas, eles se defendessem, com êxito; e plano (c) caso os quilombolas não conseguisse se defender, eles fugissem.

Não sabemos ao certo se foram os escravos de Pai Pedro, ou os da Vila de Nossa Senhora da Soledade, ou ambos, que vieram à região que futuramente seria o Vale do Gorutuba. Mas, provavelmente a fuga de um grupo inspirou o outro também a fugir, que posteriormente vieram para a mesma região. Ao estudarmos as poucas fontes de pesquisas que há, entendemos que mais tarde, havia escravos das duas senzalas, isto é, das duas escravidões.

4. A FUGA

As informações abaixo foram extraídas de sucessivas entrevistas com duas pessoas, a saber, a saudosa dona Josefa, que era escrava, a qual residia em Riachinho, Município de Monte Azul, onde ainda moram os seus filhos e netos; E um filho de escravos fugitivos, chamado, Maciel, (que ainda residia em uma localidade chamada de “Quilombão” próxima ao povoado, chamado Natanael, Município de Rio Pardo de Minas):

Na verdade não se tratava de fuga às escondidas. Porque nenhum senhor de engenho (fazendeiro), ou garimpeiro deixaria seus escravos a sós. Eles eram monitorados a todo tempo por mais de um carrasco fortemente armado.

Isso acontecia assim: Quando um comprador de negros comprava escravo (s) - o qual era transportado amarrado na calda de um cavalo. Às vezes essa viagem durava semanas. Ou, quando fosse vários escravos, quando não amarraria um no outro, eram transportados em carroças, carroções. Mas, ao esse escravo passar em um lugar estratégico para se refugiarem dos seus senhores, eles guardavam tal localidade em suas memórias.

Chegando ao destino e caso a escravidão fosse muito severa, como era noventa por cento delas – o escravo dizia para os demais: - conheço um lugar muito bom para se morar. (Porque mesmo que dificílimo, havia fazendeiros “bons” e os seus servos “gostavam” de servi-los e não tinham pretensões de deixa-lo).

Então eles combinavam aos cochichos um com outro à noite e faziam todo o plano. Com o plano pronto, todos os que encontrassem uma faca, um espeto (mesmo que de madeira), um garfo, em fim, tudo o que pudesse ser utilizado como arma; eles iam guardando.

Mas isso teria que ser feito com muito cuidado, porque se o carrasco visse alguém guardando objeto perigoso era severamente punido. Podendo ser até mesmo morto.

Quando os escravos tinham armas suficientes eles treinavam o ataque pela madrugada. Depois os mesmos aproveitavam momento de chuvas forte à noite, invadiam os tiranos e matavam-nos. Morriam alguns escravos, com certeza – mas isso era o preço que eles teriam que pagar. Com os carrascos mortos os ex- escravos pegavam armas, cavalos, gado, ferramentas, galinhas, muita comida, roupas, etc. e iam embora.

Mas na verdade isso não era suficiente para pagar as décadas de trabalhos forçados e de sofrimentos. Até mesmo os seus filhos eram propriedade dos seus senhores – que os vendia ganhando fortunas.

Mas pode surgir uma pergunta: - Por que os escravos escolhiam noites de chuvas para fugir? Respostas: 1) À noite lhes proporcionava pelo menos quatro favorecimentos à fuga: (a) os carrascos poderiam cochilar; (b); a noite como escura era difícil acha-los; (c) Era fácil para esconder; (d) pelo fato de ser fresca eles aguentariam andar o dobro sem se cansar. 2) As chuvas também lhes proporcionavam quatro favorecimentos, que são: (a) Amenizava barulho, em caso de tiros e gritos; (b) Tapavam os seus rastros; (c) Encontravam água fácil; (d) E eles conseguiam andar mais pelo fato de se cansarem menos.

5. MUCAMBO

Segundo o site, Ache Tudo e Região (2016, online), os negros afrodescendentes vieram de um inferno tipicamente e se abrigaram, em uma localidade que mais tarde chamou-se, Vale do Gorutuba, próximo às aldeias dos índios Tapuias.

Os índios acharam muito estranhos aquele povo de cor estranha acampado ali. De início os mais velhos achavam que eram os portugueses procurando novamente o ouro no Rio Gorutuba. Fator que lhes proporcionava um pouco de tranquilidade. Mas, o que os intrigavam era que não havia ninguém branco ali, todos eram negros. E o tempo passava, mas eles não iam embora.

Os índios ficaram muito indignados, pois as terras eram suas (Isto é, do nosso ponto de vistas. Para o ponto de vista indígena, são eles que pertencem a terra. Mas, todavia, os mesmos sentem a obrigação de defende-las).

Mas os negros conheciam muito bem o ponto fraco indígena com relação ao fumo, à cachaça, a facões, e outras ferramentas. Então, com esses ingredientes e objetos os negros foram ludibriando os índios. Que cada vez os resistiam menos. Até que acostumaram com a ideia.

Ainda segundo o site, Ache Tudo e Região (2016, online), tanto a Tradição, como a Geografia apresenta na localidade um quilombo chamado “Mucambo”. Além destas referências, o saudoso Luiz Serafins que era um Gorutubano nato e grande amigo meu, os seus avós moravam em um povoado pertinho dali que se chamava Mucambo. E a sua herança (terras) que foram dos seus avós, eram onde é hoje parte da cidade de Nova Porteirinha. Um fator que não há dúvida é a chegada destes escravos a essa localidade, futuro, Vale do Gorutuba e a construção do Quilombo, chamado de Mucambo.

6. FUSÃO

Tanto para o site, Ache Tudo e Região (2016, online), como para a Wikipedia (online), que depois do século XVI, certamente, por volta do século XVII, estes dois povos completamente distintos, mas com o passar do tempo começaram a se entrosar e a compartilhar. Eles trocaram experiências nas formas de plantar, colher, caçar, pescar, cultuar e etc.. Os Índios iniciaram a se interessar em criar animais. Tipo, vacas leiteiras, porcos, cabras, galinhas, cavalos e etc.. E os negros aprenderam caçar, pescar, dormir em redes e tomar banho diariamente. Até mesmos, alguns europeus aprenderam a tomar banho com os índios. Outros morreram sem banhar, pelo menos, uma vez em suas vidas. Banhos diários não fazem parte do costume europeu. Por essa causa o seu perfume é o melhor e o caro do mundo. Mas, quando não tinha como evitar, eles tomavam chuvas! Fator que não tem nada haver com banho! Não é mesmo?

Os negros afrodescendentes comtemplavam aquelas índias lindíssimas banhando no rio, e ficavam perdidamente apaixonados. Mas os índios não tinham o costume de dar as suas filhas em casamento aos outros povos. Pode ser que houve resistências, confusão e até mesmo homicídios no início.

Com isso, dar para entendermos que muitos casais de namorados (negros e índias) namoravam as escondidas, outros eram obrigados a fugir, algumas índias apareciam grávidas e eram duramente punidas. Mas algumas iriam morar com os seus namorados. Possa ser que houve algumas violências sexuais. Isso seria muito discreto porque naquela época o pessoal não era tão liberal como atualmente. Com tudo isso, aquele povo era amigo, eles tinham se entrosado. Isto acontecia em alguns casos isolados. Os escândalos antigamente não eram generalizados.

Mas, todavia, era impossível evitar o inevitável e para dar fim em tantas confusões os índios acabaram se cedendo. É claro que isto não aconteceu da noite para o dia. Isso foi acontecendo gradativamente, foi demorado. Aqueles caciques que viram os negros chegarem, ao passar do tempo morreram. Mas, os novos caciques que foram criados juntos com negros já eram bem mais favoráveis. Então, as filhas e os filhos de ambos os povos, a saber, negros afrodescendentes e índios tapuias passaram a serem dados em casamentos.

Como cada aldeia de índio tinha o seu ritual de casamento, os índios tapuias também tinha o seu. Mas, o enlace matrimonial destes dois povos era em uma cerimônia mista, um pouco indígena e um pouco africana.

Segundo Hernani, o filho de índio com negro é chamado de cafuzo. Já o filho de índio com branco é chamado de mameluco. Então, nasceram centenas de Cafuzos na região.

Com o passar do tempo morreram os negros afrodescendentes e morreram também os índios tapuias. E os seus filhos e netos se multiplicaram, grandemente na região. Assim, já era preciso elaborar um nome para o lugar, e eles capricharam, colocando “Vale do Gorutuba” então, os nascidos ali, passaram a se chamar de GORUTUBANOS.

Para os gorutubanos, não há barreira de naturalidade, entre as duas cidades. Mas, as demais pessoas que nascem na região de Janaúba, mas se os seus pais vieram de outras regiões são chamados janaubense. E para as demais pessoas que nascem em Nova Porteirinha, mas de pais de outras regiões, são os “Novos Porteirinhense”.

DESENHO DE UMA CAFUZA

POVO GUERREIRO

Gorutubano, Povo trabalhador, E hospitaleiro;

Convosco não há engano, Mesmo com tanto opositor, É bom companheiro;

O vosso calor humano, E espírito de lutador, Vale mais que dinheiro;

Suas roças hoje é centro urbano, Fruto de vosso suor, Vós sois os legítimos herdeiros;

Índios Tapuias das terras é dono, Quilombolas não teme o labor, povo pioneiro;

Para frente vai andado, Com a força de um trator, Tu é um grande guerreiro;

Chegamos de todos os cantos, para sentir também esse calor, mas você chegou primeiro.

III. VALE DO GORUTUBA

Tanto para o site, Ache Tudo e Região (2016, online), como para a Wikipedia (online), o Vale do Gorutuba era situado no Município do Brejo das Almas, a atual cidade de Francisco Sá. O lugarejo não era urbanizado, os seus moradores eram pequenos sitiantes e suas casas eram um pouco distantes uma das outras. Elas eram construídas de pauapique, isto é, feitas com varas e depois vedadas com barro, e então cobertas com capins. As cercas, que circulavam tanto as divisas dos sítios como os pátios das casas, eram de pedras, ou de madeiras com cascas, todas retorcidas, não era nada bonito de se ver.

CASA DE PAU-A-PIQUE, MUITO COMUM NA ÉPOCA.

1. CRIAÇÕES

Para o site, Ache Tudo e Região (2016, online), Ali eles criavam uma raça primitiva de gado, chamada Curraleira, para as suas próprias manutenções. Isto significa não havia grandes criadores. Eram animais pretos, com membros inferiores finos, chifres retos e agudos, e seu mugido era parecido com o do gado holandês. Era resistente ao clima seco, e, apesar de darem pouco leite, era bom para corte. Criavam-se lá também cavalos, burros, jumento, porcos, cabras e galinhas.

2. PLANTIOS

Segundo a Wikipedia (online), os Gorutubanos plantavam bastante o feijão catador. Que posteriormente, passou a ser chamado de “Feijão Gorutuba”. Plantavam também: um arroz, avermelhado; andu (um tipo feijão arredondado produzido em um arbusto); fava (um tipo de feijão com os grãos maiores, e algumas amargavam); palmas (para alimentar o gado em tempo seco, mas, eles também a saboreavam); milho; mandioca; amendoim; laranjeiras; mangueiras; bananeiras; limoeiros; macieiras; abobreiras; caxixeiros; cabaceiras, esta planta produz cabaças, as quais podem ser comidas quando estiverem bem verdes (seu sabor é perecido com o do caxixe), mas quando elas se secavam, eram utilizadas como um vasilhame de transportar água; não poderíamos esquecer-nos de salientar o plantio de mamonas, das quais, era extraído um óleo para iluminação e o azeito para fins medicinais; plantava também o algodão, para a tecelagem, iluminação e fins medicinais.

3. VIAGENS

Tanto para o site, Ache Tudo e Região (2016, online), como para a Wikipedia (online), as suas viagens eram efetuadas a pé, a cavalo, a carroça e carroção. Esses carroções eram puxados por até quatro juntas de bois. Os seus eixos eram construídos com certo tipo de madeira, que produzia um alto ruído quando a roda girava. De longe se ouvia o cantar dos carroções. Seus destinos não eram para a sua sede municipal, a saber, Brejo das Almas, mas para Porteirinha, que estava ali pertinho, não dava nem seis léguas, isto é, aproximadamente trinta e cinco quilômetros.

Essas viagens tinham os seguintes objetivos: consultas médicas; compras de remédios; compras de tintol, ou anil, para tingir roupas; fazer alguns documentos; registrar crianças; ou vender algumas mercadorias.

4. TECELAGENS

As cafuzas, ou melhor, as senhoras gorutubanas, com sua cultura vinda da África, faziam fios de linha, atividade chamada de fiar linha. Era utilizado um pequeno instrumento chamado de fuso. Com esses fios eram tecidos lençóis, cobertores e blusas. Essa tecelagem era efetuada através uma pequena máquina de madeira, chamada de Tear, que eles chamavam de tialo.

Depois de tecida, a peça ia para o processo de coloração, onde era inserido na água o tintol, ou o anil, (barrinhas de formato paralelepípedo retângulo), que era colocado em uma vasilha e depois posto no fogão aceso. Havia o tintol, ou anil azul, vermelho e verde. Não havia muitas opções de cores. E quando essa mistura fervesse, era colocado dentro dela o tecido e depois era preciso mexer com pedaço de madeira.

5. ECONOMIA

Nessa época, o dinheiro era muito difícil de conseguir. Os cafuzos gorutubanos, como a maioria das pessoas nas demais zonas rurais no Brasil, trabalhavam e não recebiam dinheiro em troca. Porque, até então, o espírito da escravidão estava ainda muito presente. Eles recebiam erem: feijão, arroz em casca, raspadora para o café, café em grãos, remédios (como a ararena, para combater maletas, cibalena, para combater resfriados e dor no corpo, entre e outros), tintol, ou anil, para tingir roupas, e alguns sacos vazios de fios de algodão para coser roupas. Eles calçavam precatas, isso eram chinelos que os mesmos faziam do couro de gado, e posteriormente, de pneu de carro.

E como não havia relógios na zona rural, as pessoas (homens, mulheres, rapazes, moças e crianças), entravam no serviço por volta das cinco horas da madrugada, e só paravam quase às dezenove horas (7 da noite). O relógio era a visão, isto é, enquanto se pudesse enxergar alguma coisa. Com isso, cobras, como corais, cascavéis, jararacas e jaracuçus, mataram muita gente.

Na hora do almoço o patrão mandava uma gamela (uma espécie de bacia feita de madeira), cheia de comida. Era uma gamela só para todo mundo. Ali tinha feijão com toicinho ou com restolhos de carne bovina, arroz vermelho e abóbora.

O dinheiro se chamava réis. As moedas eram de ouro e o pessoal as chamava de pataca. O dinheiro nessa época circulava, comumente, entre os fazendeiros. Mas indo vender algo em cidades havia a possibilidade de se ganhar alguns réses. Era uma moeda forte, e, portanto, muito valorosa. Eles a guardavam em potes e os enterravam.

6. RELIGIÃO

Os índios não tinham uma religião propriamente dita. Os pajés faziam rituais da cura e de suas festividades. Mas os negros afrodescendentes praticavam o Candomblé. Eles adoravam os orixás.

Assim, de início, o candomblé era a principal religião dos gorutubanos. Mais tarde, quando o pessoal das cidades adjacentes notou existência da comunidade instalada ao Vale do Gorutuba foi introduzido o Catolicismo - religião que teve grande aceitação entre os gorutubanos que passou ser a religião principal.

7. FESTA

Inicialmente as festas do povo gorutubano eram em forma de batuques. Era uma mistura dos batuques indígenas com os batuques do candomblé afrodescendente.

Mas, com a chegada do Catolicismo vieram as festas para os santos. Com isso começa aparecer a viola, a sanfona, a cuíca e o triângulo, que se uniram com a zabumba e o pandeiro do povo nativo; assim já começou surgir as músicas de festa de foliões e o forró.

IV. GAMELEIRA

Os gorutubanos se multiplicaram. Com isso a aglomeração de casas passou a ser mais intensa. E ali era o local onde os viajantes passavam a noite; os boiadeiros davam água ao gado, descansavam e dormiam. Com isso, o povoado passou a ser um ponto de encontro de boiadeiros. Então, nasceu no Vale do Gorutuba um pequeno comércio.

Os tropeiros gorutubanos, com suas tropas composta por burros e cavalos, transportavam as jiboias (toucinho salgado enrolado em mantas) conservadas nos jacás de talas ou nas bruacas de couro. Eles transportavam também algodão para vender em Januária, cidade localizada às margens do São Francisco, acerca de 30 léguas. Comercializavam também em Riacho dos Machados e de lá traziam os gêneros de primeira necessidade.

E no intuito de acrescentar o seu número de eleitores, o saudoso e excelentíssimo, prefeito do Município de Brejo das Almas, Sr. Bawde, mandou que se traçasse uma praça, com quatro inícios de arruamento, dando começo a urbanização ao novo núcleo.

Como ali havia uma frondosa árvore, chamada “Gameleira” que proporcionava uma aconchegante sombra aos viajantes - mais tarde, o povoado veio a se chamar “Gameleira”. Assim, do outro lado do rio, não tinha o povoado, mas moravam pessoas, e também se chamava “Gmeleira”.

Segundo os gorutubanos mais velhos, no ano de 1872, veio do Sul da Bahia, o senhor Francisco Barbosa, e vieram com ele sua esposa e seus dois filhos. Esta família fundou uma fazenda nas terras da Caatinga Velha. E próximo à Gameleira ele construiu a sua casa. Assim, esta família é considerada os primeiros habitantes, vindo de fora.

Anos depois, chegaram à Gameleira Antônio Catulé, Américo Soares de Oliveira, Santos Mendes e Mozart Mendes, que se situaram nos arredores do recém-povoado. Eles fundaram fazendas e comércios e, conforme os gorutubanos mais velhos, foi o fazendeiro Santos Mendes quem doou as terras para a formação do povoado. Assim, o Município do Brejo das Almas ganha mais uma comunidade.

1. PRUDÊNCIO PEREIRA DA SILVA

Segundo o senhor Emídio, seu avô o saudoso, Prudêncio Pereira da Silva, teria nascido em outubro de 1834, na antiga Gameleira, Distrito de São José do Gorutuba, Município de Grão Mogol. (Porque quando a comunidade se desenvolveu, a sua liderança achou por bem ligar com o Município de Grão Mogol). Onde se casou e teve cinco filhos com a sua primeira esposa, sendo eles dois homens (a saber: João Prudêncio da Silva e José Antônio da Silva) e três mulheres (sendo elas: Francisca Senhora de Jesus, Maria Senhora de Jesus e Emídia Senhora de Jesus). E do segundo casamento teve mais um filho, a saber, José Manoel da Silva. E José Antônio da Silva, filho do senhor Prudêncio, do primeiro casamento, foi o pai de Emídio Pereira da Silva.

O senhor Prudêncio Pereira da Silva, avô de Emídio, fora um pioneiro no povoado de Gameleira, ele foi um dos desbravadores da região. Sua propriedade situava-se às margens do Rio Gorutuba. A qual deixou sobre os cuidados de filho mais velho, a saber, João Prudêncio da Silva – e foi trabalhar em outro lugar. Por muitos anos ele gerenciou uma fazenda chamada Mato de Dentro, de propriedade do senhor Antônio Vicente Rodrigues.

Prudêncio fazia de tudo na fazenda. Naquela época, como ainda não havia pasto, o gado era criado solto nas matas. Ele campeava o gado, amansava tanto vacas, como bezerros e também os curavam. Às vezes onças vinham ao curral à noite para capturar bezerros, assim o senhor Prudêncio, tinha que enfrentá-las, chegando a matar várias delas.

O seu pagamento não era em dinheiro, ele recebia um bezerro, de quatro bezerros que vingavam. Mas quanto aos burros que o mesmo amansava, recebia um valor fixo. Ele também plantava feijão, arroz, milho e legumes para a manutenção cotidiana da sua família. E os animais que ganhava, eram transportados para a sua propriedade, às margens do Rio Gorutuba, que ficava aos cuidados do seu primogênito.

Muitos anos após o senhor Prudêncio Pereira da Silva, retorna a sua propriedade. Ele já era um fazendeiro proprietário de grandes manadas de gado. E em 25 de dezembro de 1912, ele foi a óbito. Prudêncio nasceu em 1834 e faleceu em 1912, com 78 anos.

2. SECA SEVERA

Segundo a Biografia do senhor Emídio publicada no “Jornal Bolsa do Jaburu” (1988), em 1915, ocorreu uma severa seca na região, de maneira que: não houve lavouras; consequentemente, não tinha mantimento; e o Rio Gorutuba se secou. E o pior de tudo é que não havia estradas, propriamente ditas, para as pessoas procurarem recursos em outros lugares. A pesar de que os tropeiros e alguns comerciantes viajavam, mas a população em si não tinha experiências para viajar naquela época.

Assim, o pessoal era obrigado a comer raízes e frutas do campo, como por exemplo, de umbuzeiro, mamãozinho do mato e mucunem. Quem criava gado, matava algum um boi, ou alguma vaca antes deles morrerem, tiravam leite até quando tinha. Alguém ia caçar, outros iam colher mel. Naquela época era muito fácil encontrar colmeia de tubuna, jataí e mandassaia. Mas, mesmo assim, muitas crianças, e muitos adultos morreram de fome.

3. ENCHENTE EM GAMELEIRA

Ainda conforme a Biografia do senhor Emídio publicada no “Jornal Bolsa do Jaburu” (1988) - Em 1919, choveu bastante em Gameleira - Parecia um dilúvio. O Rio Gorutuba transbordou. As suas águas foram próximas a atual rodoviária. Onde é hoje o parque de exposição e o mercado parecia um mar. Muitos fazendeiros tiveram que se abrigar com suas famílias em lugares altos. As partes mais baixas de Gameleira ficaram submersas.

4. O PRIMEIRO RECENSEAMENTO

O primeiro recenseamento em Gameleira ocorreu em 1920, pelo mandado do juiz de paz, o excelentíssimo senhor Avelino Pereira, instalado no Distrito de São José do Gorutuba, do Município de Grão Mogol.

O senhor Abílio Rodrigues, também participou da contagem do povo. Esse recenseamento foi efetuado em todas as regiões ligadas a Gameleira à margem esquerda do Rio Gorutuba. Onde fora visitada uma área acerca de seis léguas (36 quilômetros). Iniciando em Formigueiro e concluindo em Lagoa Grande. Foram contado mais de mil habitantes.

Em 1922, Gameleira deixou de pertencer a Grão Mogol, para pertencer ao Município de Brejo das Almas, o atual Francisco Sá.

Naquela época, ainda não havia eleições presidenciais, governo de estado, deputado federal e estadual, prefeitos e vereadores. Eles eram nomeados, isto é, indicados, pelo presidente do estado, para ocupar os tais postos.

5. REVOLTOSOS EM GAMELEIRA

Ainda conforme a Biografia do senhor Emídio publicada no “Jornal Bolsa do Jaburu” (1988) - Em 1926, houve uma terrível revolta. Uma hoste de aproximadamente 200 salteadores perigosíssimos e fortemente armados - partindo do Estado da Bahia passou por Minas Gerais. E nenhuma cidade, distrito, ou povoado escapavam de suas mãos. Por onde o bando passava, seus comparsas roubavam comércios, fazendas e residências.

Com medo, a população fugia para o mato – deixando tudo para trás. Assim, os bandidos tomava posse das casas, dos comércios e das fazendas. Eles saqueavam tudo, matava o gado e fazia churrasco. As carnes de segunda e as vísceras deixavam para os urubus. Os seus cavalos cansados, velhos ou ruins; eram trocados por outros fortes, novos e bons. Depois que essa turma passou por Gameleira, foi em direção ao sul de Minas.

6. DESENVOLVIMENTO DE GAMELEIRA

Devido à fartura de água, à oferta de trabalhos braçais nas carvoeiras, nas fazendas e por oferecer certos recursos, sempre chegavam famílias de outras regiões para se estabelecer em Gameleira, de maneira que os gorutubanos passaram a ser minoria. Com as uniões das famílias através do casamento, os povos passaram a ser um. Mas as famílias gorutubanas natas ainda há. E a região se fortalecia a cada momento.

Além disso, o mundo viveu, entre os anos de 1914 aos 1918, a Primeira Guerra Mundial – não o bastando, ainda no ano de 1918 surgiu a Gripe Espanhola, que matou mais pessoas do que a própria guerra. Nessa pandemia as pessoas contaminadas em poucas horas, ou no máximo três dias, faleciam. E com menos de quatro horas após o falecimento estas começavam a se dilacerar, devido à putrefação, o que demandava sepultamento rápido.

Eu mesmo entrevistei o saudoso Marinho, de Monte Azul/MG, que era adolescente em tal época, segundo ele havia velório em grande parte dos lares. Essa doença surgiu do nada, exterminou mais gente do na guerra e em cerca de um ano ela sumiu – sem que ninguém fizesse nada. A pergunta é: O que impede o seu aparecimento novamente? Ou seria essa doença uma bomba biológica?

Estes fatores deixaram o mundo em uma crise financeira muito crítica, de maneira que os países passaram a dever para os Estados Unidos da América, tornando-o em o centro comercial do mundo.

Esses apertos financeiros fizeram com que as populações procurassem um lugar melhor para se viver, onde elas tivessem uma melhor oportunidade para conseguir recursos financeiros. Com isso, no ano de 1922, vários outros aventureiros vieram ao povoado. O mais destacado entre eles foi Antônio Casemiro Sobrinho, que fundou uma fazenda próxima a Gameleira, a qual, posteriormente, serviu como escritório e armazém do acampamento de obras da estrada de ferro. Casemiro Sobrinho faleceu em 1944.

Esse reforço populacional fez com que Gameleira vivesse independente do Município do Brejo das Almas. Essa notícia correu rapidamente, por vários lugares.

7. ESTRADA DE FERRO

No ano de 1943 chegou a linha férrea à Gameleira. Todavia, esse desenvolvimento alavancou o processo de urbanização do arraial. A frondosa gameleira, que dava sombras aos viajantes, fora derrubada para passar a estrada de ferro. Isso mudou o aspecto do lugarejo, dando a ideia de que agora se tratava de uma cidade.

Com a chegada da Estrada de Ferro Central do Brasil, em 1943, veio também a família do Dr. Maurício de Azevedo e Moisés Bento Lacerda.

A primeira ponte férrea sobre o Rio Gorutuba era de concreto. Mas ela não resistiu as fortes cheias do rio, que acabou desabando.

FOTO DA CONSTRUÇÃO DA PRIMEIRA PONTE FÉRREA QUE FOI LEVADA PELAS ÁGUAS.

Em setembro de 1926, o Ministro da viação e obras públicas, o Dr Francisco Sá, fez com que, pela primeira vez, o trem fizesse linha para Montes Claros.

Em seguida, ele iniciou o projeto da continuidade da construção da linha férrea até a Rede Leste Brasileira, em Contendas, na Bahia. E a responsabilidade da construção ficou aos cuidados dos engenheiros Demóstenes Rockert e Oton de Souza. Os ferroviários não trabalharam até o dia 11 de novembro de 1941, data em que reiniciaram a construção, no comando de Gameleira. Concluindo esta etapa em 1947, assim, o trecho foi oficialmente inaugurado.

Próximo à Estação Ferroviária, originou-se um pequeno comércio. E o senhor Clementino construiu a primeira hospedaria em Gameleira, chamada “honrosamente” de “Hotel Central”. Então, houve dois aglomerados de casas, ambos em torno de um centro comercial. Mas, em pouco tempo, o espaço vazio entre os dois aglomerados, encheu-se de casas.

8. O DISTRITO DE GAMELEIRA

Antes de prosseguirmos neste importante ponto, vamos conhecer o significado de três palavras chaves, a saber: Demografia, Fundação e Distrito.

Demografia é área da ciência geográfica que estuda as condições gerais populacionais humanas. Assim, as autoridades competentes fazem um senso do povo, isto é, contam os moradores da localidade, que pretende pesquisar - selecionando essas pessoas, que ali moram, das seguintes formas: Sexo, Faixa etária, Classe social e Educação - (a) sexo: homens e mulheres; (b) faixa etárias: crianças, adolescentes, jovens, varonis e idosos; (c) classes sociais: classe baixa, média e alta; (d) educação: analfabetos (quem não sabe ler e nem escrever), semianalfabetos (quem só escreve o seu nome; ou, ler, mas, não escreve, e vice-versa), alfabetizados (quem sabe ler e escrever), indoutos (os alfabetizados, mas que ainda não concluiu curso superior) e doutos (graduado, pós-graduado, mestre e doutor). E, todavia, a Constituição de cada Estado tem estipulado a quantidade mínima de habitantes para: Um Povoado ser Distrito; E um Distrito ser Município.

Fundação – há vários tipos de fundações, nesse caso, trata-se da doação de patrimônio (terras) privados, para a criação de um Patrimônio Público (de todos). E com a fundação de Gameleira, o povoado já passou a ser uma localidade pública, registrada em Cartório, denominada, “Gameleira”. Antes, esse nome, só existia no linguajar do povo e não havia um lugar público. Com a Fundação do Patrimônio, Gameleira passou a ser oficial e já havia uma localidade pertencente a todos.

Distrito – esta palavra vem das distribuições de terras e de certas autonomias. Funcionam assim, todas as terras, demais bens e os povos pertencentes a um Município, têm problemas burocráticos, demasiadamente para serem resolvidos em uma só localidade. Então, o Poder Público divide o Município em regiões – escolhendo uma sede para cada região. Onde é instalado um Cartório, de pelo menos, do Registro Civil. Essa região é chamada de Distrito, devido à distribuição de terras e também de certas autonomias. No Distrito registram-se em Cartório: pessoas, bens e (quando há o Cartório de Pessoa Jurídica), registram também instituições. Os distritos ainda atendem a sua região com: segurança e limpeza públicas, saneamento básico, educação, saúde e comércio. É bom lembrar de que a sede municipal, a cidade propriamente dita, é também um Distrito. E os Juízes, do respectivo Município, atuam juridicamente em todos os seus Distritos, bem como, o executivo (o prefeito), com os legislativos (vereadores).

8.1. PROCESSOS BUROCRÁTICOS PARA A DISTRIBUIÇÃO DE TERRAS

Após o estudo demográfico em Gameleira, foi constatado que já estava na hora de se obter um reconhecimento e de ser elevada. Com a sua estrutura populacional, três fatores foram fundamentais para a elevação de Gameleira a condição de Distrito, a saber: A Fundação do Patrimônio, A construção da Praça Doutor Demóstenes Rockert e em fim, A distribuição de terras.

8.2. FUNDAÇÃO DE PATRIMÔNIO

Segundo a Biografia do senhor Emídio, publicada no “Jornal Bolsa do Jaburu” (1988), em 1930, ocorreu uma reunião na residência do senhor José Antônio Pereira da Silva, para discutir acerca do patrimônio da região. Então, ali foi acertado tudo e fora fundado o Patrimônio de Gameleira, às margens esquerdas do Rio Gorutuba.

Os fundadores foram: Avelino Pereira (Juiz de paz do Distrito de São José do Gorutuba), Antonino Antônio Catulé, Santo Mendes, Américo Soares de Oliveira, José Antônio da Silva, José Manoel da Silva, José Prudêncio na Silva, Felix José Safin, Manoel Pereira Barbosa Cunha, Topázio Teodoro de Souza, Maria Luíza de França, João Zeferino Dias, José Barbosa da Cunha, Antônio Silveira, e Alfredo Miguel Veríssimo.

8.3. PRAÇA DOUTOR ROCKERT

No mesmo ano, isto é, ainda em 1930, os fundadores do Patrimônio de Gameleira, organizaram um mutirão composto por 38 homens, equipados com foices, e machados que desmataram uma área de 20 mil metros quadrados, o que equivale a dois hectares, onde é hoje a Praça Doutor Demóstenes Rockert - conhecida por Praça Dr. Rockert. Então, ali se deu início a Fundação do Patrimônio, em apreço.

Assim, Antonino Antônio da Silva (conhecido por Antônio Catulé) e outros, iniciaram as construções das primeiras casas. A Capela do Senhor Bom Jesus fora erigida 9 anos depois, em 1939, por Antônio Catulé.

8.4. DISTRIBUIÇÃO DE TERRAS

O povoado de Gameleira se elevou em estrutura. Era um centro urbano muito grande para ser, tão somente, um povoado. Precisava, urgentemente, de reconhecimento e autoridade. Então, voltou a vincular-se à antiga sede municipal, e foi elaborado um projeto de elevar o povoado de Gameleira a Distrito, o qual foi criado em 31 de dezembro de 1943 pela Lei n.º 1.058, com o nome de Gameleira. (WIKIPÉDIA 2015).

V. JANAÚBA

Ser um Distrito não é o suficiente para si emancipar, isto é, tornar independente, em outras palavras, tornar-se uma cidade.

Pelo menos, cinco fatores são fundamentais para a emancipação de um povoado, a saber: ser um Distrito, ter receita (dinheiro) o suficiente, ter a quantidade de habitante exigida, ter pessoas capazes e influentes que reivindicam, e a aprovação da sede municipal.

1. ACONTECIMENTOS MUNDIAIS QUE CONTRIBUÍRAM PARA O FORTALECIMENTO DE GAMELEIRA

Houve em 1929 uma terrível crise mundial, chamada de Grande Depressão. Isto aconteceu graças à imensa dependência econômica, em inúmeros setores, que os países ao redor de todo o globo terrestre possuíam dos Estados Unidos da América. Com a queda brusca e drástica da Bolsa de Valores de Nova Iorque, o mundo inteiro foi afetado. Esta foi considerada a pior crise do século XX. Antes que o mundo se recobrasse da crise, explodiu a Segunda Guerra Mundial, que se iniciou no ano 1939 e terminou em 1945. Foram seis anos de catastrófica guerra, que causou no mundo terríveis crises financeiras.

Portanto, muitas pessoas não iriam ficar de braços cruzados, pois eram obrigadas procurar melhores opções de vida. E, em Gameleiras, havia muita terra, mão de obra barata e água em abundância. Ainda, lá havia um centro comercial e era fácil escoar grandes quantidades de produtos, pagando pouco, porque havia ali os cargueiros férreos. Igualmente graças ao trem, as viagens eram também baratas. Certo é, era dificílimo encontrar outra região para ganhar essa concorrência. Com isso, Gameleira recebeu ainda mais dezenas e dezenas de famílias. Assim, o referido Distrito se fortalecia, constantemente.

Gameleira já era um Distrito situado em uma posição geográfica mais privilegiada do que a sua sede municipal, e bastante longe da referida sede, há mais de vinte e uma léguas, a saber, 130 quilômetros. Além disso, a viagem entre ambos (Gameleira e Francisco Sá) é de muita contra mão; é bem mais fácil se locomover para outros lugares. E na época, Gameleira dirigia a maior construção que a região estadual jamais viu - a construção da linha férrea de Gameleiras/MG a Candeias/BA - e contava com pessoas de grande influência, como o Doutor Demóstemes Rockert e outros.

Com todas essas armas em mãos, na próxima oportunidade de emancipação, o Distrito de Gameleiras foi elevado à categoria de Município em 27 de dezembro de 1948, pela Lei nº. 336, de 27-12-1948, desmembrado de Francisco Sá.

E como os gameleirenses não gostavam muito do nome “Gameleiras”, com isso, tinha também o projeto de mudar esse nome. Mas, havia, com abundância, na região, um arbusto leitoso com folhas perecidas com as folhas de couve, que produz uma lã, a qual, popularmente, é chamada de algodão de seda. Na língua indígena, esse arbusto é chamado de “Janaúba”; então o novo Município foi registrado com a denominação “Janaúba”.

Em 01 de Janeiro de 1949, o Município de Janaúba/MG, foi desmembrado, definitivamente, do Município de Francisco Sá. A primeira Praça de Janaúba chama-se “Dr. Rockert”, em homenagem ao Doutor Demóstemes Rockert, engenheiro da Central do Brasil, personagem importantíssimo no desenvolvimento e na emancipação da referida cidade. (WIKIPÉDIA 2015).

2. PREFEITOS ATÉ A DÉCADA DE 90

1) O primeiro prefeito foi Maurício de Azevedo, que governou Janaúba por quatro anos. (de 1948 – 1952).

2) O segundo mandato foi com Péricles de Oliveira Santo, que governou somente por dois anos. Assim, o seu vice presidiu os outros dois anos (de 1952 - 1956).

3) A terceira sucessão foi com Maurício de Oliveira Santo, que presidiu a jovem cidade por quatro anos. (de 1956 - 1960).

4) Que foi sucedido por Flamarion Wanderley, presidindo também por quatro anos. (de 1960 - 1964).

5) Vindo em seguida, Romulo Sales Azevedo, que executou no recente Município por mais quatro anos. (de1964 - 1968).

6) Depois veio Eduardo Pereira Nogueira, que regeu a referida cidade também por quatro anos. (de 1968 - 1972).

7) Que fora sucedido por Wildemar Maximino da Crus, que mandou a cidade por dois anos. Esse prefeito eu o conheci depois. Assim um substituto presidiu os outros dois anos (de 1972 - 1976).

8) A próxima sucessão foi de Adelino Pereira Dias, que governou por quatro anos (de 1976 - 1980). A minha irmã adoeceu gravemente de meningite. E estava quase morrendo, porque a minha família era muito carente. Se não fosse a interversão do senhor Adelino, ela teria morrido. Esse prefeito foi pessoalmente, levá-la ao hospital, em seu próprio carro. Depois ele comprou os remédios e a minha se sarou.

9) Mas uma vez Wildemar Maximino da Crus, ganha as eleições e preside a cidade por quatro anos. (de 1980 - 1984).

10) Sendo sucedido por Joaquim Maurício de Azevedo Bahia. Ele não completou o seu mandato, porque faleceu em plena atividade. Assim, Rômulo Parrela, governa por nove meses. (de 1984 - 1988). Eu era criança, mas já trabalhava em uma de suas fazendas. Naquela época não era proibido o trabalho infantil.

11) Que foi sucedido por Aldimar Rodrigues – conhecido por Dimas. Eu conheci esse prefeito também.

3. EMÍDIO PEREIRA DA SILVA

Segundo o Jornal “Bolsa do Jaburu” de 11 de junho de 1988, a Prefeitura Municipal de Janaúba fez uma campanha com o título, “Quem não tem história, é descartável”. Com o intuito de preservar à história da cidade, o departamento responsável, a Assessoria de Comunicação; solicitou da população, que quem tivesse fotos, vídeos, gravações e documentários, relacionados ao referido Município, que entrasse em contato, com a diretoria do respectivo departamento. Os cartazes da referida campanha concluía com a frase, “Vamos guardar a nossa história hoje para não sermos descartáveis amanhã”.

Assim foi encontrado um senhor muito popular na cidade, o saudoso Emídio Pereira da Silva, gorutubano, nascido em 30 de agosto de 1908. Porque ele estava escrevendo as suas memórias e, automaticamente estaria escrevendo sobre Janaúba, desde os tempos de Gameleira...

Muitos dados importantíssimos neste livro foram de pesquisas e de fatos vivenciados pelo senhor Emídio. O seu neto, a saber, Rondinelly Pereira Soares, Gerente Regional da IDENE em Janaúba/MG, que passaram para mim essas preciosidades e me autorizou a publicá-las.

Emídio Pereira da Silva, filho de José Antônio da Silva e Maria Senhora de Jesus. O qual tinha três irmãos: Crispiniano Pereira da Silva, João Pereira da Silva e Teófilo Pereira da Silva. Eles trabalhavam com o seu pai no cultivo das lavouras em suas terras, às margens esquerdas do Rio Gorutuba – onde é hoje a metade do Bairro Santo Antônio, atualmente, ali estão situadas instituições importantes, como a Escola Nova Jerusalém e outras entidades.

Na sua infância, Emídio foi alfabetizado, cantando o alfabeto formando sílabas e em seguida, palavras. E igualmente, aprendera a matemática, isto é, cantando a tabuada...

Aos 27 anos Emídio se casou com Lucetra Senhora dos Anjos, com a qual teve nove filhos, quarenta e dois netos e cinquenta e cinco bisnetos. Ele foi um grande pioneiro, guerreiro e desbravador de matas, especialmente em seus terrenos, às margens do Rio Gorutuba – onde é urbanizado atualmente - parte do Bairro Santo Antônio, e em sua fazenda na Baixa da Colônia. Emídio amansava os seus burros bravos, cuidava do seu rebanho bovino, curava os seus bezerros, e cultivava as suas terras para manutenção da sua própria família. Ele foi vereador no Município de Janaúba em dois mandatos. A primeira vez, no período de 1955 – 1959, e a segunda vez de 1967 a 1971. Sem renumeração Emídio trabalhava com afinco em benefício da comunidade. Exemplos de seus feitos:

A doação, em sua propriedade, uma sala com mesas e bancos para funcionar a antiga Escola Dom João Pimenta, a atual Escola Estadual de Canafistula. Sendo que, Emídio, Maria Adelina Azevedo Bahia (coordenadora), Lacimir (professor) e Zulma [professora (sua filha)] - foram responsáveis pela procura dos alunos de casa-em-casa, conscientizando-os sobre a importância da educação escolar. E após, realizarem as matrículas, oferecendo assim, a própria escola e contribuindo pela frequência educacional da comunidade.

Emídio era muito religioso. Ele era católico. Assim, o mesmo participou ferrenhamente na construção da Igreja Sagrado Coração de Jesus – a atual Catedral – situada ao centro da cidade. Ele doou para essa igreja: o primeiro sino, em 1965; e a imagem atual do Sagrado Coração de Jesus, em 1968.

O mesmo frequentava de contínuo as missas na Capela de Santo Antônio. E por ser ela tão pequena – em 1973, Emídio doou parte de suas terras, abrangendo uma quadra de 1920mt2 (metros quadrados) para a construção de uma igreja maior. Esta igreja é denominada “Igreja de Santo Antônio” situada à Av. Manoel Ataíde, número: 1941, Bairro: Santo Antônio.

Depois da doação de terra, Emídio, seus irmãos e amigos desmataram o terreno, onde fora erigida a nova igreja. No mesmo ano, iniciaram as arrecadações para investir na grande obra, onde participaram seus filhos, seus amigos e muitos membros da sociedade. Além deles, participaram também a direção e os funcionários da Escola Estadual Rômulo Sales de Azevedo.

Eles promoveram: festas, barraquinhas e leilões de bezerros. Além disto, foram recolhidos muitos donativos da população, saber: materiais de construção e livro de ouro. E através de grandes mutirões, a igreja fora construída no período entre o ano de 1973 a 1978. Foram 5 anos de trabalho pesado, mas a mesma foi concluída. Na campanha para comprar do sino para essa igreja, no início do ano 1979, Emídio e seu filho Tito Bispo, foram à residência do senhor Luiz Correia, para pedir um donativo, o qual arcou com a compra do mesmo.

Em 1980, Emídio foi a Montes Claros/MG, convidar o Bispo, Dom José Alves Trindade para celebrar a inauguração do templo. E nesse mesmo período, ele fez a doação da imagem de Santo Antônio, o Padroeiro da igreja. O mesmo doou também para a mitra diocesana uma área de terra de 802mt2 (metros quadrados), onde foram construídas várias casas para serem doadas aos pobres. Essas casas são situadas à Rua Lídio Cardoso, ao lado da atual Escola Nova Jerusalém. Posteriormente, o senhor Emídio contribuiu também, financeiramente na construção da igreja de Nossa Senhora Aparecida, situada no Bairro Esplanada.

Realmente, a luta de Emídio foi implacável em prol dos trabalhos comunitários. Com as mãos calejadas, perseverou na luta em favor de tanto aqueles que o procuravam, como daqueles que o cercavam. A generosidade fazia parte do seu caráter. Ele sempre teve uma visão promissora para toda a população janaubense.

Com a idade avançada, a sua saúde ficou muito fragilizada - indo a óbito dia 12 de fevereiro de 1993 – fator que deixou todos os que o conheciam muito sensibilizados. Mas foi deixado um legado a todos os moradores do Município de Janaúba. Assim, só restam os nossos agradecimentos, as nossas boas recordações e as nossas eternas saudades... Sem nenhuma demagogia, o senhor Emídio foi um homem companheiro, bom e generoso. Ele ajudou a construir Janaúba, genuinamente, o mesmo faz parte da história desta cidade. A sua marca não é, tão somente, como um grande homem, mas também como um pai dedicado, amigo e companheiro – e estará para sempre na memória de todos os gorutubanos e os janaubeses. Emídio Pereira da Silva nasceu em 30 de agosto de 1908; e faleceu em 12 de fevereiro de 1993. Ele viveu: 84 anos, 5 meses e 12 dias.

4. BAIRRO NOVO PARAISO

Conforme o senhor João Rodrigues Azevedo, pioneiro da cidade, no início da década de sessenta o senhor João Macedo e família chegaram a Janaúba - e se instalaram em um matagal que intermediava o centro da cidade e o Rio Gorutuba. Ali ele construiu uma casa de adobe, depois o mesmo loteou próximo a sua residência formando uma rua, que posteriormente foi chamada de Rua São Paulo. Em pouco tempo formou mais abaixo a Rua Santa Maria, assim foi fundado um novo bairro na cidade.

Nesse bairro o pessoal é honesto, trabalhador, hospitaleiro, amigo e companheiro. Em muitos setores da cidade, em apreço, há moradores do Bairro Novo Paraiso.

Mas, ali tinha uma praia mais bela e maior do que a praia do Copo Suxo. Tratava-se de várias extensas bancas de alvas areias. E com isso vinham caminhões do Brasil inteiro em busca dessas areias. Como não havia a Barragem do Bico da Pedra, todo ano o rio enchia trazendo novas areias. E enquanto os trabalhadores carregavam os caminhões, ali se deparava 24 horas por dia com caminhoneiros de todos os estados brasileiros. Isso atraiu prostitutas de muitos lugares. Com várias de casas de prostíbulos surgiu também muita gente que ingeria bastantes bebidas alcoólicas, com isso elas brigavam facilmente. Consequentemente aconteciam muitas lesões corporais entre eles, e até mesmo homicídios. Fator que culminava em grande trabalho para os poucos policiais que havia na cidade. Assim, o pessoal passou chamar a comunidade de Inferninho.

Mas, no intuito de amenizar a maldição no bairro proporcionada pelo nome, o padre mudou esse nome para Novo Paraiso. Mas, somente os correios que obrigatoriamente o considera.

Mas, o Bairro Novo Paraiso, sempre preencheu o mercado trabalhista da cidade. De ali, há inúmeros profissionais honestos trabalhando em banco; em loja; em supermercados; em postos tanto de saúde, como de combustíveis; na prefeitura; em escolas; em casas de famílias; nas áreas produtoras de frutas e etc..

5. A MINHA EMIGRAÇÃO

Morávamos em Orion, Município de Capitão Enéias. Mas, desencadeou em Janaúba uma assustadora produção de carvão vegetal – que eram combustíveis para as Metalúrgicas e Siderúrgicas europeias. Com isso, lá se foram as nossas matas. Então, povos de diversas regiões iam para lá a fim de trabalhar. Meu pai foi um deles. E, em 1975, mudamo-nos para Janaúba. A nossa residência era situada no bairro Novo Paraiso.

Mesmo que não pareça, o Bairro Novo Paraíso tem um forte poder eleitoral. Uma vez eles decidiram a eleição de um prefeito, a saber, o Dr. Edilson Brandão, que faleceu pouco tempo depois de ser eleito, mas a sua promessa de asfaltar todas as ruas, ruelas e becos do Bairro Novo Paraiso foi cumprida.

Eles têm algo que as demais partes do Brasil quase não têm, mas que precisam muito, a saber, a união.

6. TRABALHOS SOCIAIS NO BAIRRO

Diante da situação moral de algumas pessoas do meu bairro, vários grupos trabalharam com afinco para tentar reverter esse quadro. A saber: a Igreja Católica, a Polícia e Igreja Assembleia de Deus.

São de suma importância os trabalhos sociais. Porque mesmo que muitos não entendam, vele muito apena investir no ser humano. E sempre se dá bem aqueles trabalham sinceramente em prol da sociedade.

1) A IGREJA CATÓLICA

O Padre e seus auxiliares trabalharam com afinco e dedicação naquele lugar. E, no intuito de reverter à situação moral e espiritual daquele povo, mudou o nome do bairro para “Novo Paraíso”, mas esse nome só foi considerado apenas pelos Correios.

A Igreja Católica celebrava missas, catecismos e a festa de Natal, dando presentes todas as crianças. Às vezes distribuía cestas básicas para as famílias, leite para as crianças etc.

Segundo o site da Diocese de Janaúba, a Igreja Católica pertencia a Diocese de Montes Claros e a Diocese de Januária, porém em 05 de julho de 2000 foi criada a Diocese de Janaúba, pela Bula “Maiori Bono Christifidelieum”, do Papa João Paulo II.

Assim, o seu território foi desmembrado, dos municípios mencionados. Sendo sufragânea da Arquidiocese de Diamantina. Portanto, devido à promoção da Diocese de Montes Claros à Arquidiocese em 2001, a Diocese de Janaúba passou a pertencer a Província Eclesiástica de Montes Claros.

O Dom José Mauro Pereira Bastos tomou posse como 1º Bispo, no dia 15 de Outubro de 2000. Este foi o responsável por toda a organização da recém-criada Diocese destacando-se como um homem do povo, sendo capaz de arrebanhar o povo, conduzir com as mãos de Pastor e abraço de Irmão.

O Dom José Mauro Pereira Bastos foi responsável pela construção do Seminário Propedêutico em Janaúba cuja reforma e adaptação da então Matriz do Sagrado Coração de Jesus fosse para que atendesse, provisoriamente, como Catedral Diocesana; além de realizar e dar apoio às Santas Missões em diversas cidades da Diocese.

À geração recente, deixo-me uma observação importante sobre a Rua Inhumas que não havia interrupção de movimentos de carros na Praça Maurício Azevedo, onde es-tes se passavam livremente de frente ao templo. Mas devido a sua grande capacidade administrativa, a sua grande autoridade e o seu grande nome, o Dom José Mauro Pereira Bastos conseguiu bloquear, junto às autoridades de trânsito, a Rua Inhumas, estendendo a Praça Maurício Azevedo até a porta do templo a fim de evitar acidentes.

Em abril de 2006, foi anunciada a transferência de Dom José para a Diocese de Guaxupé/MG. Desse modo, ele tomou posse daquela diocese em junho desse mesmo ano, quando veio a falecer três meses depois em um acidente automobilístico ocorrido em 14 de setembro, também desse mesmo ano.

Nesse período de vacância, ou seja, de junho de 2006 a agosto de 2007, a Diocese ficou aos cuidados do Padre Henrique Alves de Oliveira Filho. No dia 25 de Agosto de 2007, tomou posse o 2º Bispo Diocesano: Dom José Ronaldo Ribeiro.

Dom José Ronaldo Ribeiro nasceu no dia 28 de fevereiro de 1957, em Uberaba (MG), pertencente ao clero da Arquidiocese de Brasília, sendo nomeado bispo pelo Papa Bento XVI.

Na Diocese de Janaúba, Dom José Ronaldo foi responsável pela criação de diversas paróquias, fazendo com que, em cada cidade, houvesse um sacerdote residindo e acompanhando, mais próximo, o povo. Foi nomeado 4º bispo diocesano de Formosa (GO), aos 24 de setembro de 2014 e, todavia, no dia 22 de novembro de 2014, tomou posse na Sé Diocesana de Formosa. No período de vacância entre novembro de 2014 a agosto de 2005, a diocese ficou aos cuidados do Padre Leone Russo. No dia 15 de Agosto de 2015, toma posse o atual bispo, Dom Ricardo Brusati.

A Diocese de Janaúba é composta pelos seguintes municípios: Catuti, Espinosa, Gameleira, Ibiracatu, Indaiabira, Jaíba, Janaúba, Mamonas, Matias Cardoso, Mato Verde, Monte Azul, Montezuma, Ninheira, Nova Porteirinha, Pai Pedro, Porteirinha, Riacho dos Machados, Rio Pardo de Minas, Santo Antônio do Retiro, São João do Paraíso, Serranópolis, Vargem Grande, Varzelândia e Verdelândia.

2) A POLÍCIA

Quando chegamos ali, só havia a Polícia Militar, que tinha somente um jipe. Pode ser que havia mais, mas eu só via mesmo três policiais. Dos quais, ainda me lembro dos seus nomes. Aquela minoria de pessoas que acabou manchando o nome de todos ali, eram elementos que tinham pais problemáticos, e eram em geral ignorantes. Os mesmos agiam fora da lei devido à falta de formação e estrutura moral. Mas essas pessoas infringiam mesmo a lei.

E os policiais sofriam mais com eles, do que vice-versa, até que chegaram reforços policiais e também a Polícia Civil. Somente assim, os infratores tiveram um pouco mais de temor.

Em Janaúba, havia outros bairros, que também tinham uma minoria, ainda pior do que eles. Mas a fama ficou com Novo Paraiso.

3) IGREJA ASSEMBLEIA DE DEUS

Conforme muitos pioneiros da cidade de Janaúba, inclusive, o senhor João Rodrigues Azevedo, irmão biológico do presbítero Moisés Rodrigues Azevedo, ambos, pioneiros da cidade:

Havia um salão alugado das Assembleias de Deus na Avenida Osvaldo Cruz em um bairro que hoje se chama Gameleira – desde a década de cinquenta. Essa igreja era liderada pela sede em Montes Claros, com o dirigente local, cujo era conhecido por, Amaral.

Depois o senhor Amaral foi sucedido por Benedito Farias, tornando este dirigente da igreja, até por volta do ano 1962. Mas o senhor João Macedo, que imigrou para a cidade, o sucedeu. O qual mudou o ponto de cultos para a sua residência, no bairro Novo Paraíso, que durou acerca de uma década. Enquanto isso, o pastor Aurélio dava assistência, vindo mensalmente, à igreja.

Segundo o presbítero José Damascena e o pioneiro irmão Zezinho, na década de 60, houve um ponto de cultos na residência de um irmão em Cristo, no centro da cidade, em um local chamado de Buraco de Amélia.

Como a igreja não pagava mais aluguel, assim, sobravam alguns cruzeiros. Então, do bairro Novo Paraíso, a igreja erigiu o primeiro templo na mesma avenida do antigo salão, um pouco mais a baixo, na Avenida Osvaldo Cruz, em um bairro que hoje se chama Gameleira.

Na década de setenta, o pastor Aurélio foi sucedido pelo o pastor Luiz Mendes, que, sob a sua sábia gestão, foi construído um novo templo, que seria a nova sede, desta vez, à Rua Afonso Pena, no Bairro São Gonçalo, onde, atualmente, se encontra o templo da Assembleia de Deus.

O pastor Luiz Mendes foi sucedido pelo pastor Luiz Carlos, o qual fora substituído pelo pastor Valdivino Eugênio, que foi sucedido pelo pastor Paulo de Oliveira Santos, que depois mudou para outra cidade, vindo ocupar o seu lugar, o pastor Jorge Carvalho da Cruz que, tempos depois, foi sucedido pelo pastor Ely França da Silva.

Na gestão do pastor Ely, a presente igreja se emancipou e hoje se chama: Assembleia de Deus do Ministério de Janaúba.

Esta igreja tem filial em todas as cidades da presente Microrregião e em outros municípios. Vale muito apena investir no ser humano com sinceridade.

Apresentar-me-ei alguns pioneiros desta igreja. E, com certeza, esquecerei de muita gente e, para evitar certas reclamações, não salientarei a minha família. Porque se eu cheguei a conhecer o primeiro pastor (consagrado), na região, já imaginou a minha mãe?

Vejam: O saudoso presbítero José Rosa e esposa, a quem tive a honra de conhecê-los (confesso que, até hoje, sinto saudades de suas pregações). O Presbítero Julino Dias e a irmã Maria, sua esposa. O presbítero José Damascena (mestre nato) e sua esposa. O presbítero José Santana e irmã Eva, a sua esposa e todos os seus filhos (sinto-me saudades das aulas das escolas dominicais aplicadas pela irmã Neri, a qual foi minha professora, quando eu era criança). Incluso a esta família, estão, seus genros, salientando, pois: Adão Marcos; João (Dão) e Tião. Quanto aos netos, salientando, Kênia e irmãos. Tornam-me saudoso, outros mais.

7. LUZ ELÉTRICA

Naquela época não existia a CEMIG (Companhia Energética de Minas Gerais) em Janaúba, mas a prefeitura tinha um gerador que produzia energia elétrica, o qual iluminava, tão somente, o centro da cidade. Ele era desligado por volta das vinte três horas (11 da noite).

Não havia luz elétrica nos bairros. A partir das vinte três horas, a cidade era toda muito escura. Nos bairros, quando o sol se punha, já começava a escuridão.

Alguém pode estar pensando “mas que atraso?!” Para aquela época, um gerador de energia era evolução. Em alguns lugares, o pessoal dizia: – “Em Janaúba há um gerador de energia elétrica movido a motor”.

Todavia, na gestão do prefeito, Adelino Pereira Dias, no início da década de 70, a empreiteira ENGESP – Engenheiros Especialistas Ltda. – construiu a linha de transmissão de rede elétrica para a cidade. O meu irmão primogênito, Valdivino Soares de Oliveira, trabalhou nesta referida empresa durante 50 dias, de 1º de outubro a 20 de dezembro de 1974.

8. CONTO III

Tinha também ali a lenda de um monstro perturbador, que, segundo os moradores, só aparecia depois da meia noite. Quando o mesmo aparecia, todos os cachorros latiam. Não com um latido de ataque, mas eles latiam fugindo, como se estivessem apanhando.

Várias pessoas afirmavam ter visto o fenômeno bizarro. Uma vez, o senhor Zezinho, nosso vizinho, ouviu os cachorros latirem, pegou a sua espingarda, abriu a sua porta, viu um vulto no escuro e nele atirou. Só que, com o tiro, o ser misterioso aparece em sua porta. Ele a bateu, mas o bicho a empurrava com mais força do que ele, que gritou muito, e, assim, sua esposa e seus filhos veio ajudá-lo. A família vendo que não podia suportar; gritou muito e auto – foi um terror. Então, toda a vizinhança acordou, levantou-se com candeias, lanternas e armas na mão. E, simplesmente, o bicho despereceu.

Uma vez meu pai e minha mãe combinaram de tentar vê-lo, quando a lua estivesse clara. Eles improvisaram, com antecedência, um orifício na janela de madeira, de maneira que poderia visualizar o que estivesse lá fora sem abri-la. E, em uma noite clara, depois da meia noite, os cachorros começaram a sofrer lá fora. Então, os meus pais se levantaram e foi, sorrateiramente, à janela e comtemplaram o monstro.

Segundo eles, a coisa bizarra era assim: Tinha características de cachorro; Mas era do tamanho de um jumento; A sua traseira era bem mais alta do que a sua dianteira; Seus pelos pareciam ser ralos, mas muito longos. Não deu para descrever a sua cabeça, porque estava escuro, mesmo que a noite tivesse lua, e a distância não era propícia, uns seis metros.

9. CONTO IV

Duas de minhas irmãs, a saber, Tereza e Eva, como de costume, atravessaram a pé o rio para ir ao Distrito de Nova Porteirinha (politicamente ligado à cidade de Porteirinha, há 35 quilômetros, ao nordeste de Janaúba) que se distava algumas centenas de metros da cidade de Janaúba, separados somente pelo rio Gorutuba.

Tereza e Eva retornaram cerca de dezoito horas e trinta minutos e, quando elas estavam quase terminando de atravessar o rio, há uns 15 metros para chegar ao beco que dava acesso à Rua Santa Maria, do bairro Novo Paraíso, foram surpreendidas por um ruído estranho, saindo das águas do rio Gotutuba.

Segundo elas, viram nas águas do rio três elementos medindo cerca de meio metro, negros, com aparência de gente, muito rápidos, os quais as atacaram. Todavia se elas não agissem rápidas, teriam sido presas fáceis. Uma contava-se com 18 anos de idade e a outra era adolescente. Esses elementos correram atrás delas, rio acima por mais de 200 metros. A sorte foi que Tereza e Eva já haviam atravessado a parte da água e já se encontravam na areia.

10. PERFIL POPULACIONAL NA DÉCADA DE 70

Foi assim em outras décadas, mas, especialmente nos anos setenta os homens usavam calça com boca bem larga, chamada “Boca de Sino” e camisa listrada. Os que tinham cabelos crespos, eles o ouriçavam – dando uma imagem de cabeça gigante. Aqueles que tinham cabelos lisos os penteavam deixando um partido de lado. Mas, havia pessoas que tinham cabelos crespos e não gostavam de ouriçar, então elas também peteavam deixando um partido de lado. Ficava parecendo um caminhozinho, ou uma estradinha.

Havia dois tipos de tênis, a saber, o conga e o quichute. O conga era mais simples, tinha cor azul e a sua ponta era branca. Mesmo que parecesse uma traíra, o quichute era mais especial – tinha cor preta e cravos como chuteira. Inclusive ele servia tanto para passear, como para jogar futebol. Pois uma chuteira não perece uma traíra? Então, o quichute era semelhante.

Os sapatos masculinos da moda tinham solados muito altos, eles mediam mais três centímetros de altura. Aquilo era um peso...

As mulheres usavam o tamanco – era um calçado de madeira com o solado alto como o salto – ele não era muito bom para andar, mas servia até mesmo como defesa pessoal, porque se tratava de um bom pedaço de madeira. As mulheres usavam: saias rodadas; um tipo de blusa de mangas compridas cuja gola tapava todo o pescoço, chamada cachinel. Elas usavam mais vestidos do que saias com blusas. Estampa da moda: bolinas e flores.

Os cabelos das mulheres eram longos e lubrificados, elas aspergiam oleio, ou os lizavam com rolinho, ou bobes. Até essa década, as mulheres não raspavam as axilas, nem as famosas. Até hoje quando é vistos certos vídeos de algumas cantoras cantando, ao levantá-las seus braços é visto muito pelos.

Para o pessoal da classe baixa, a bicicleta era o veículo mais na moda. Porque até então a rapaziada estavam se libertando do cavalo. Andar a cavalo não é feio e nem ruim. Mas o pessoal nunca tinha visto alguém andar de outra coisa. Inclusive, ter que se equilibrar sobre duas rodas. Isto era incrível! E por a bicicleta ser uma grande novidade, com isso, ela fez muito sucesso na época.

Os rapazes compravam bicicleta nova e colocava nela: para-lama, retrovisores, farol, buzina, umas fitinhas coloridas no fundo das luvas, pedacinho de cano nos raios. Não era nada leve de se andar, mas quem tivesse a bicicleta mais enfeitada, namorava a moça mais bonita do bairro.

As brincadeiras principalmente das meninas, eram: Gata-sega, Porta-bandeira, Roda, Esconde-esconde e outros.

11. BATER NÍQUEL

Havia naquela época uma espécie de jogo entre as crianças e adolescentes, mas alguns grandalhões também jogavam. Chamávamos de “Bater Nica”. Estes níqueis eram as moedas que ganhávamos nas lavagens de carros, ou nas cargas de areia.

Funcionava assim: Havia moedas de cinco, dez, vinte e cinquenta (centavos) e de um cruzeiro. As apostas eram conforme a combinação do valor da moeda. As crianças apostavam dez, ou vinte centavos, mas os adolescentes e os jovens apostavam geralmente cinquenta centavos, ou um cruzeiro.

Os apostadores teriam que ter, no mínimo, duas moedas. Elas eram colocadas empilhadas, de coroa para cima, sobre uma calçada – cada apostador colocava uma. E eram contados tantos passos, onde era feita um risco no chão, uma marca – a quantidade de passos também fazia parte da combinação. Então, todos os apostadores, posicionados em cima do risco, ou a marca no chão, lançavam a outra moeda em direção à pilha de moedas na calçada. Quem conseguisse acertar a sua moeda mais próxima a pilha, batia com ela no monte de moedas, primeiro, e as que viravam a cara eram dele. Enquanto as moedas estivessem virando, ele ia batendo. Caso o mesmo batesse, mas as moedas não virassem, a vez de bater era do próximo.

As crianças que não tinham moedas procuravam tampas de garrafas; colocavam-nas emborcadas sobre uma calçada e batiam em seu fundo com uma pedra até que ficassem chatas. Depois elas brincavam, como se fosse com moedas – obedecendo as mesmas regras. Os bons não precisavam procurar tampas para acertá-las com uma pedra – eles ganhavam-nas. As meninas não jogavam esse jogo.

12. CACHORRO LOUCO

Mais precisamente no mês de agosto os cachorros se contaminavam com uma doença chamada raiva. Quando isso acontecia dizíamos que o cachorro estava louco. Era um grande perigo tínhamos isso com um terror real.

Eles ficavam magros, com as unhas longas e os olhos brancos, como zumbi. Depois saiam andando sem direção. Eu julgo que guiado pelo faro, porque parece não enxergar. E às vezes uivavam: Uuuuuuu... Aquilo causava um medo na gente...

Eles mordiam os demais cachorros, que também se contaminavam e não havia remédio. Todos ficavam muito sentidos quando os seus cachorros eram contaminados, porque era preciso sacrificá-los. E o pior de tudo, é que os próprios donos dos cães loucos que tinham que fazer isso. Mas, quando eles iam para longe, o pessoal os matava por lá mesmo.

13. A VACA LOUCA

Há uma doença cientificamente chamada de Lyssavirus, popularmente chamada de raiva, e quando um animal é infectado com ela o pessoal diz que estar louco. Exemplos: Cachorro louco, vaca ou boi louco, gato louco (esse é o pior deles). Esse mal é sem volta, ele é irreversível, trata-se de uma das doenças mais temidas pela humanidade.

Atualmente é um pouco difícil ocorrer o Lyssavirus, graças às vacinações nos animais, como cães e gatos. Mas, em caso de ficarem alguns animais sem a vacinação, eles podem se contaminar com a raiva. Temos o exemplo dos animais de rua, sem donos, que os vacinará? Além disso, há os morcegos, que também se contaminam com a raiva. Isso consiste em um grande perigo à humanidade.

A minha mãe conta que quando ela e uma de suas irmãs eram crianças, ficaram em sua casa, enquanto seus pais e seus irmãos maiores estavam trabalhando. E um cachorro louco mordeu uma vaca grande com enormes chilres. O cachorro foi sacrificado pelo pessoal, mas eles não sabiam que ele tinha contaminado a vaca, que ainda não tinha manifestado a doença.

Então, a minha futura mãe e minha futura tia, perceberam que a vaca corria de um lado para o outro, berrava demasiadamente, com um berro diferente. E o pior de tudo, é que: elas eram pequenas, estavam sozinhas e a cerca que limitava o terreno de sua casa esta toda quebrada.

Isto aconteceu pela manhã, quando a vaca percebeu elas conversarem, saiu correndo e berrando em suas direções. E sua irmã, que era mais velha, escalou uma árvore de conde; e a minha futura mãe, que era menor, não conseguiu escalar a árvore, mas sua irmã a pediu que entrasse, imediatamente, debaixo de uma gamela[1] grande que estava ali por perto. E assim ela fez. E por, a mesma, ser pequena, fraca, e a gamela grande e pesada, quase que não conseguiu emborcar o utensilio sobre si. Quando isso foi possível, a vaca já estava em cima da gamela berrando muito.

Elas ficaram até à tarde sem comer e sem beber. Ainda bem que a vaca tinha parido há uns 30 dias, o seu bezerro aparece longe berrando e ela foi ao seu encontro. Enquanto isso, os seus pais e seus irmãos chegaram do serviço. Que alguns foram notificar o proprietário da vaca, e outros foram providenciar o jantar.

Ao chegar o dono da vaca atirou com um revólver nela e em seu bezerro, os quais morreram. E esses cadáveres eram precisos ser enterrados bem profundo, para outros animais não comê-los.

14. ANTIGOS CAMPOS DE FUTEBOL

Serão apresentados neste item somente três antigos campos de futebol. Eles não existem mais. Será lembrado primeiro do Campo do Marinheiro, em seguida, o Campo Janaúba, e depois, o Campo Mineirinho.

14.1. CAMPO DO MARINHEIRO

Até na década de 70, na Rua Campina Grande, no atual Bairro Gameleira, em Janaúba, havia uma escola chamada Antônio Catolé. Eu mesmo estudei nesta escola, quando era criança. Depois a mudaram para a Rua Espinosa, no Bairro Novo Paraíso, onde havia um campo de futebol a que todos o chamava de Campo do Marinheiro. Hoje, esta escola não existe mais e o prédio, atualmente, pertence à Delegacia Civil, situada na Rua Espinosa, 105, Novo Paraíso.

O Campo do Marinheiro ficou na lembrança. Ele foi um marco especial na vida dos moradores de Janaúba daquela época. Nesse campo se jogava futebol e, inclusive, o ator, Jackson Antunes, junto aos amigos, jogou muita bola; época em que eles diziam “bater uma pelada”.

Quando chegava um circo à cidade, ele se instalava nesse referido campo e o povo, todavia, se divertia demais. Esse campo não era somente para futebol e circo como também aos parques de diversões que se instalavam com o mesmo objetivo em divertir as pessoas, principalmente as crianças. Quando nas eleições, o Campo dos Marinheiros servia também aos políticos que costumavam fazer nele seus respectivos comícios.

O antigo Campo do Marinheiro era um dos lugares mais frequentados de Janaúba. E os encontros nesse local, diante de tantas atrações lúdicas, eram sempre agradáveis, a ponto de muitos casais contarem que se conheceram ou começaram a namorar nele. Grande parte da geração de hoje existe graças aos romances iniciados ali. Mas em nome do progresso, hoje, a maioria dos moradores de Janaúba, talvez, nunca ouviu falar sobre o Campo do Marinheiro.

14.2. CAMPO JANAÚBA

O campo Janaúba trata-se de um campo de futebol que era situado ao bairro Padre Eustáquio, hoje a localidade é o bairro Gameleira. Mas ele foi loteado na década de 70.

14.3. CAMPO MINEIRINHO

O campo Mineirinho trata-se de um campo de futebol que era situado ao bairro Padre Eustáquio, hoje a localidade é o bairro Gameleira. Seu proprietário era o senhor Gilson Alcântara. Mas o referido campo foi loteado no tempo de uma das gestões políticas do ex-prefeito Wildemar Maximino da Cruz.

15. AEROPORTO

Até ao final década de 80, ao início da década de 90, funcionava um campo de aviação situado atrás do Hospital Regional, no Bairro Veredas. Atualmente, há na localidade o presídio, outras instituições públicas e residências.

Os aviões que mais faziam movimento ali eram dois, que pertenciam ao senhor Joaquim Maurício. Ele era um dos homens mais afortunado que houve na região. Além de grande fazendeiro (dono de várias grandes fazendas), o mesmo, foi prefeito da referida cidade (no período entre 1984 – 1988), mas foi a óbito, ainda bem jovem, antes de completar o seu mandato político.

Os outros aviões que também pousavam nesse campo, pertenciam pessoas de fora – que dificilmente visitavam a cidade, especialmente nos períodos políticos.

Mas, enquanto em vida, o ex-prefeito Joaquim Maurício, iniciou a construção de um aeroporto próximo ao Bairro Jacarezinho. Trata-se de um bom aeroporto, capaz para pousar aviões de até médio porte, mas até hoje, não ouve linha de aviões.

Houve um comentário que um ex-prefeito (antes de ser prefeito), a saber, Yuji Yamada, tinha um projeto de trazer para Janaúba uma linha de aviões cargueiros, para transportar frutas. Mas, até agora só ficou no papel mesmo, caso isso foi para o papel, ou se houve mesmo esse plano.

É muito triste, porque Janaúba é a sede de uma importante Microrregião. A qual tem um raio de acerca 130 quilômetros. E quando chega alguém, muito importante, a qualquer uma das cidades da referida microrregião, é preciso pousar em Montes Claros, há 135 quilômetros de Janaúba. Na grande maioria das vezes, governadores, parlamentares, cantores, e outros, demoram muito mais tempo de viagem, de Montes Claros à cidade de destino (devido à péssima condição das rodovias e da distância), do que da localidade de partida a Montes Claros. Exemplos: Um avião a jato gasta acerca de duas horas de voou entre São Paulo/SP a Montes Claros/MG, que são 1.002 quilômetros. E um veículo gasta entre 3 – 4 horas de viagem entre Montes Claros a Espinosa, que é há 272 quilômetros.

Mesmo que Janaúba ainda não tem demanda aérea diariamente; mas, pelo menos, uma, ou duas vezes por semana, creio que tem sim. Visto que, nas cidades do tipo: Janaúba, Jaíba, Espinosa, Rio Pardo de Minas, Porteirinha, Monte Azul, Mato Verde, Riacho dos Machados, Matias Cardoso, e outras, há pessoas que: Trabalham e estudam fora do estado, e outras fora do país; Muitos vão à preia, até mesmo, mais de uma vez por ano; E, além disso, há no projeto Jaibão (o maior projeto de irrigação da América Latina, situado no Município de Jaíba) uma usina produtora de álcool e de açúcar, que de precisa de visitas de empresários, engenheiros, cientistas e outros profissionais (até mesmo do exterior); Há também na Microrregião grandes faculdades e universidades, que também dependem de visitas de profissionais da educação da capital mineira de Brasília e etc..

Então, como essas pessoas não precisam de uma viagem mais rápida e mais segura, do tipo, aérea? Há demanda aérea sim. Até então, o pessoal da região vai sempre a Montes Claros, em busca de passagem aérea.

16. Possível solução para o problema hídrico de Janaúba e região

Como todos sabem, Janaúba é situada ao Norte de Minas Gerais. Uma região de clima semiárido (meio desértico). Com isso, é normal a escassez de chuvas.

É de suma importância que os pesquisadores, em parceria com a política pública, venham descobrir um meio de como poderíamos viver melhor na referida região. Ainda não foi descoberta a nossa adaptação no semiárido. Não sabemos viver aqui na região.

As irrigações em Janaúba e região são muito complicadas. De maneira que as águas que são desperdiçadas no projeto de irrigação de Nova Porteirinha e de Janaúba, dão para saciar a cede de povos de cidades inteiras. Mas, em vez disso, elas simplesmente correm nas estradas dia e noite indo para lugar nenhum. E poucos metros desses grandes desperdícios, estar o Rio Gorutuba, seco, consequentemente, morto, e sem vida.

A partir da metade para o final das estações secas, a saber, o outono (que inicia dia 21 março e estende até o dia 20 de junho) e o inverno (que começa dia 21 junho e vai até o dia 20 de setembro), as criações, especialmente, o gado dos pequenos criadores morrem quase todos. Essas criações morrem por falta de água, consequentemente, por falta pasto. Então, elas morrem de cede e fome.

Nesse mesmo período, das estações secas, faltam águas para o consumo do pessoal, tanto na zona rural, como na zona urbana. Em Janaúba e em Nova Porteirinha, mesmos, até então, nunca faltou água, mas, na zona rural e em várias cidades de sua Microrregião faltam sim. É um grave racionamento de água. Caminhões pipas saem distribuindo águas com gosto e cheiro de ferrugem nas casas das zanas rurais. E caminhões semelhantes, com água de igual modo, abastecem algumas COPASAS (Companhia de Saneamento de Minas Gerais) – nestas épocas. Só é que eu creio que a COPASA depois faz o tratamento devido nessas águas. Ela é uma empresa de muita confiança.

Praticamente, não se plantam mais em terras sequeiras no Norte de Minas. A região não tem estrutura para segurar os jovens. Eles vão quase todos para outras regiões, em busca de melhores condições de vida.

17. EIS AÍ O DESAFIO:

Senhores e senhoras parlamentares, e Senhores e senhoras executivos, será que as soluções, para esses problemas citados anteriormente, não estejam num investimento mais importante em pesquisas? E que essa missão “pesquisa” tenha os respectivos recursos e que seja monitorada de perto e com sinceridade, isto é, sem propinas.

Pesquisas que estudam a fundo, sete pontos, a saber: Culturas adequadas, Reservatórios de água, Recuperação das áreas hidrográficas da região, Que as áreas hidrográficas protegidas por leis, As Irrigações, Um projeto para segurar os jovens na região, e Seminários de capacitação de jovens e adultos.

Toda instituição educacional pode e deve pesquisar livremente. Mas, uma das diferenças entre uma faculdade e uma universidade, é que a universidade, tem por obrigação investir em pesquisas. E a visão de muitos pesquisadores é estudar o aperfeiçoamento de: robozinho, aspirador de pó, drones, e outros.

Mas, a realidade é que “ainda não foi descoberta a adaptação dos nortes mineiros no Norte de Minas”! É preciso que os intelectuais, os pesquisadores, venham fazer algo para combater os nossos maiores e principais problemas, a saber, como administrar com consciência e sabedoria as poucas águas, e elaborar um projeto para que a população norte mineira venha produzir e ganhar dinheiro aqui mesmo na região.

Vejam as descrições de minhas sugestões:

CULTURAS ADEQUADAS: Descobrir cientificamente quais são as culturas agropecuárias, que serão mais adequadas para a região.

RESERVATÓRIO DE ÁGUA: Desvendar cientificamente armazenamentos seguros de águas. Há cidades em que os seus rios se enchem, alagam casas, desabrigam e matam pessoas, depois eles secam, e o povo fica com cede – mas as águas vieram – e se foram. Isto é, faltam administrações.

RECUPERAÇÃO DAS ÁREAS HIDROGRÁFICAS: As recuperações de todos os rios, riachos, córregos, lagos e lagoas reflorestando um espaço importante de suas margens (com árvores típicas da região, iniciando com as que entraram em extinção).

AS ÁREAS HIDROGRÁFICAS PROTEGIDAS POR LEIS: Fazer com que as hidrografias naturais sejam da coletividade, que eles sejam um bem público- jamais privatizá-los. Mas, que as hidrografias naturais sejam bem administradas, cuidadas e monitoradas pela política pública.

IRRIGAÇÃO: Descobrir cientificamente quais são os tipos de irrigação bem econômica, e que seja lei, o seu uso. Porque ainda hoje, dia 15 de dezembro de 2017, eu e meu amigo, Maicson, vimos um plantio de bananeiras, cujo estar programado para irrigar através de sulcos (Falha deixada na terra pela pá do arado (ferramenta agrícola). Abertura na terra ou em qualquer outra superfície). Essa forma de irrigação é a primitiva. Lembro-me dela deste da década de 80.

UM PROJETO PARA SEGURAR OS JOVENS NA REGIÃO: Na região os jovens não têm tantas oportunidades de empregos. E quando o emprego aparece, ele não é seguro e nem tem salários atraentes. Com isso, nossa mocidade vai enchendo o Estado de São Paulo e outros lugares. Mas, cabe aos pesquisadores, os empresários e administradores descobrirem o que pode ser feito de bom por aqui. O Japão não estar em um ponto geográfico estratégico, e nem tem minério algum. Mas, nada disso, impediu os japoneses de pesquisar, empenhar e agir, fazendo de seu país umas das maiores potências mundiais.

SEMINÁRIOS DE CAPACITAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: Os pais, as mães (de famílias) e os jovens precisam ser capacitados e habilitados para produzir, administrar e ganhar dinheiro, aqui mesmo na região do Norte de Minas.

Creio que nada disso seria missão impossível. Basta tão somente: boa vontade, administração, ação, e de políticos que tenham uma política voltada à coletividade, ao povo.

18. CHUVAS NA REGIÃO DE JANAÚBA

Como Janaúba é uma região de clima semiárido (meio desértico), as chuvas são naturalmente muito escassas. É óbvio que antes dos desmatamentos, chovia muito mais do que chove atualmente. Antigamente se plantavam em terras sequeiras (isto é, onde não tem sistema de irrigações), e dificilmente os sertanejos perdiam as suas colheitas.

Na atualidade, todos os anos, as chuvas são bem abaixo da média. Os sertanejos nem mais se atrevem a plantar em terras sequeiras. Eles perderam as esperanças. Por que são irrecuperáveis os prejuízos.

O normal para as chuvas seriam nos meses das estações das águas. Que são a Primavera (que inicia no dia 21 de setembro e estende até o dia 20 de dezembro), e o Verão (que começa no dia 21 de dezembro e estende até o dia 20 de março). Para o hemisfério sul.

Mas, não é assim que ocorre na atualidade na região. Chove uma, duas, ou três chuvadas em um mês, e fica um mês, ou mais sem chover. Essa longa pausa “sem chuvas” neutraliza a benfeitoria das chuvadas acontecidas anteriormente. Ou, chove um mês todo, mas, as chuvas são tão finas que não enche os reservatórios de água. Mesmo assim, ainda fica um mês, ou dois sem chover.

Mas, em um período de três em três, ou de quatro em quatro anos, chove bem na região. Só é que esses anos que chovem bem, as chuvas são mal distribuídas. Chove na média, ou acima dela, somente em um, ou em dois meses. E em uns lugares sim, e em outros não. Sendo que seria preciso de, no mínimo, três meses e meio de chuvas (pelo menos duas chuvas por semana), para que o sertanejo pudesse plantar e colher o seu fruto.

Se essas chuvas que chovem bastante em um, ou em dois meses chovesses menos, mas, pelo menos, duas chuvas por semana, fazendo com que elas se estendessem, por pelo menos, três meses e meio, ou quatro meses, os sertanejos poderiam plantar tranquilamente que colheriam, com certeza, o seu fruto.

Mas, graças a Deus, nesse exato momento em que eu estou redigindo as atualizações desta obra, estar chovendo. Essas chuvas iniciaram-se no início de novembro de 2017, hoje é dia 14 de dezembro (do mesmo ano), e elas continuam.

A terra, no Norte de Minas, estar bem molhada. A vegetação estar toda verde e florida. Até os cânticos dos pássaros parecem ser mais bonitos. O centro de Janaúba e alguns bairros se alagaram. A Barragem do Bico da Pedra, a maior barragem do Norte de Minas, que tinha atingido o seu nível mais baixo da sua história, apresentou níveis importantes. Há sete dias ela tinha subido mais de dois metros. E choveram todos esses sete dias, com certeza, agora essa metragem subiu.

Há também a Lagoa Grande, popularmente, chamada de “lagoa de seu Zica”, (situada há uns 10 quilômetros ao norte do centro da cidade), eu a considero há um pequeno lago.

Essa lagoa ainda nunca tinha se secado literalmente. Mas, com os anos ruins de chuvas, ela ia para secar, morriam muitos peixes, mas, não se secava. Infelizmente esse ano de 2017 a Lagoa Grande secou, ou praticamente secou. Ela ficou uns 10 dias, em situação muito crítica, a menor baixa do índice de água que os janaubênses constataram. Antes que ela se secasse totalmente, eu fui lá. Havia milhares de peixes mortos, outros milhares estavam quase morrendo. E exalava um terrível mau cheiro.

Mas, graças a Deus, hoje, dia 14 de dezembro de 2017, as águas da Lagoa Grande podem ser vistas de longe, eles estão quase chagando na estrada.

Em Quem-Quem (O segundo maior Distrito de Janaúba, com a cerca de 2800 habitantes, situado há 40 quilômetros ao sul de sua sede municipal) na madrugada do dia 7 de novembro (terça-feira), de 2017, choveu tanto que descarrilou uma composição férrea [o trem (cargueiro)] com duas máquinas modernas e vários vagões, que trafegava de Montes Claros para Janaúba. O maquinista ficou preso entre as ferragens. Mas, foi socorrido com vida. E o referido Distrito já ficou ilhado por mais de uma vez, entre novembro e dezembro de 2017.

Na cidade de Jaíba, famílias ficaram desabrigadas. Jaíba: Trata-se de uma importante cidade situada há 75 quilômetros ao Noroeste de Janaúba, com sua população estimada em 2010, de 32.190 habitantes. Nos anos 1998 – 1999 eu morei nessa cidade e teve um alagamento superior a esse. As águas entraram em mais de um terço das casas da referida cidade. Inclusive, morei em uma localidade alta, mesmo assim, as águas entraram em minha casa. Nessa época, centenas de famílias foram se abrigar em casas de parente e amigos, outros foram se abrigar em escolas, igrejas e etc..

Neste final de 2017 muitos rios estão cheios, outros rios estão enchendo, e tanto os sertanejos, como os urbanos estão felizes e animados.

19. MERCADO

Atualmente, onde é o Banco do Nordeste, à Avenida do Comércio, esquina com a Avenida Brasil, na década de 70, funcionava o mercado municipal. Nesse mercado vendia se quase de tudo, como por exemplo: Carnes bovinas, carnes suínas, peixes, galinhas caipiras, feijão, arroz, farinha, temperos, verduras, legumes, PF (prato feito), fumo em rolo, rapé, cachaça, jurubeba, para-tudo, conhaque, licor, cerveja, raízes e etc..

Ali era frequentado por: compradores, é óbvio; feirantes; açougueiros; aventureiros; pessoas que pedindo, especialmente, os alcoólatras; meretrizes, que ofereciam seus serviços; os famosos “homens da cobra” trata-se de artistas de rua, que vendiam pomadas e outros remédios naturais - que sempre tinha uma cobra, um teiú, ou um peixe elétrico, o qual falava através de uma caixa de som roca, e prometia colocar a cobra para brigar com o teiú, e o povo ficava ali na expectativa, mas enquanto isso ele oferecia e vendia seus produtos – e nunca colocava os bichos para brigar; e os cães com certeza eram atraídos pelo cheiro e pelos restos de carnes que os açougueiros lançavam sobre o chão.

Mesmo sendo o Banco do Nordeste, até hoje, muitos ainda chamam de “Praça do Mercado”. Mas esse mercado foi demolido. Foi construído outro mercado, na Avenida Beira Rio, que comparando ao antigo, é muito bonito e organizado.

20. PRESÍDIO

Até na década de 90, o antigo presídio era situado à Avenida do Comércio, bem próximo ao antigo mercado, se hoje, seria próximo ao Banco do Nordeste. Ele era bem pequeno. Na época eu já era evangélico e ajudava na igreja. Com isso nós dirigíamos cultos lá dentro deste presídio. Esse presídio foi demolido, quando a nova casa de detenção estava pronta. Desta feita, ao fundo do Hospital Regional, no Bairro Veredas. Onde também realizamos alguns cultos.

21. ECONOMIA DE JANAÚBA

Nos meados dos anos setenta ainda predominava a cultura do algodão. Em seguida, veio a carbonização do carvão vegetal e a pecuária – era criado tanto o gado de corte, como o leiteiro.

Contudo, um inseto chamado bicudo impossibilitou a cultura do algodão – a tecnologia era impotente contra essa praga. Ainda, foi instituído no Brasil o IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), que dificultou a carbonização do carvão. Essas duas atividades não se realizam mais em Janaúba.

Atualmente, as atividades econômicas de Janaúba são: a criação de gado, que permaneceu; a fruticultura, como bananas, mamões, limões, uvas, maracujás e outras (que são vendidas em várias regiões do Brasil); um frigorífico, que era quinto maior do país, que fica muito tempo fechado, mas, de quando em quando, empresas abrem-no. Há na cidade várias redes de Supermercados, como o Bretas, o Super Bom e outros, tal qual muitas lojas, três grandes cerâmicas e importantes bancos, como: Caixa Econômica Federal, Banco da Brasil, Bradesco, ITAU, Banco do Nordeste, Sicoob Credvag; Várias agências de veículos.

Antigamente a Exposição era de quatro em quatro anos. Era muito atrativo. Vinham pessoas até mesmo de outras cidades para a festa, porque, além dos entretenimentos, elas curtiam também o rio encantador.

De manhã, funcionava o parque, onde era exposto o gado, os cavalos e demais coisas. À tarde, os paraquedistas saltavam. À noite, até vinte e uma horas, tinha o rodeio, e depois, começavam os shows. Quando as festas terminavam já apertava uma grande saudade, porque sabíamos que a próxima iria demorar.

Hoje, a Exposição é anual. Não há nada de novidade, exceto algumas tecnologias, e as apresentações dos paraquedistas não existem mais.

22. INFRAESTRUTURA

As estruturas da cidade de Janaúba são compostas várias instituições e obras importantíssimas, saber: A Barragem do Bico da Pedra; Academia da terceira idade, Aeroporto, Aterro sanitário, Camelódromo, Ciclovias, Coleta seletiva, Estação de Tratamento de Água, Estação de Tratamento de Esgoto, Estádio Gentil Lima, Habitações populares, Hipermercado, o Hospital regional; parque de exposições (onde acontece a maior exposição da serra geral), sistema de irrigação, universidades, e etc..

Janaúba tem acesso ao sul, através da rodovia MGC 122, para as principais cidades mineiras, a saber: Montes Claros, a segunda, e Belo Horizonte, a primeira; Nordeste mineiro (Vale do Jequitinhonha), Centro Oeste e Sul de Minas, Auto Paranaíba e Triângulo Mineiro.

Ao Oeste, tem-se acesso através da rodovia mgc40 às cidades de Verdelândia, Jaíba, Matias Cardoso, ao rio São Francisco e ao Projeto de Irrigação do Jaíba, o qual é a principal rota de escoamento.

Ao Nordeste da cidade há acesso a cidades como Porteirinha, Mato Verde, Monte Azul, Espinosa e ao Estado da Bahia.

Janaúba possui uma importante obra, a barragem do balneário Bico da Pedra, a principal fonte de irrigação na agricultura, atividade econômica fundamental do município.

Na cidade há também o Estádio Gentil Lima. Mais conhecido na região como Tupizão ou Estádio do Tupi. Com capacidade de 3.000 pessoas. O gramado é considerado um dos melhores da Região Norte de Minas, sendo natural e possuindo um tamanho 110x75m. O estádio foi iluminado na gestão 2010-2013, pelo presidente Elves Henrique Rodrigues de Quadros.

Segundo a Wikipédia, a população de Janaúba em julho de 2015 foi estimada em 70 886 habitantes.

23. PRAÇA DA IGREJA

A Praça Maurício Azevedo, popularmente, conhecida como “Praça da Igreja”, na década de 70, era a maior atração da cidade, à noite, principalmente porque havia nela uma fonte luminosa, em que o efeito causado pelas luminárias subaquáticas produzidas nos jatos d´água, refletia em cada gota, como se criasse uma atmosfera mágica encantatória de cores. Lembro-me especialmente das cores vermelhas e azuis.

Além desse espetáculo lindo, havia também nessa praça uma televisão, que à época as imagens eram em preto e branco, porque no Brasil não havia, ainda, a televisão em cores. Em casa, somente uma minoria dos grandes fazendeiros possuíam televisão de forma que esses aparelhos eram coisas raríssimas. Então, as pessoas da cidade (e muitas!) iam à praça ver a fonte luminosa e, especialmente, assistir: o Jornal Nacional (apresentado por Cid Moreira), novelas e filmes. A TV era acoplada em uma grade, a qual era trancada com cadeado, tendo como base uma torre de uns quatro metros de altura.

Como grande parte dos moradores da cidade iam (e, ainda vão) à missa, a Praça Maurício Azevedo sempre foi um dos lugares mais frequentados da cidade. Embora, atualmente, existam muitas outras paróquias, esse fator tem contribuído para que algumas pessoas da cidade não mais a frequentassem como antes.

24. PONTOS TURÍSTICOS

Há vários espaços turísticos em Janaúba, onde a sua população local e os turistas podem se divertir à vontade:

1) A Avenida do Comércio – o principal centro comercial da Serra Geral de Minas Gerais.

2) A Estação Ferroviária de Janaúba (preservada).

3) A Ponte de Ferros que ligam a cidade de Janaúba a Nova Porteirinha e os trilhos da Rede Ferroviária sobre o Rio Gorutuba no Bairro Gameleira / Nova Esperança.

4) A PROSSEG - Potencialidades da Serra Geral de Minas.

5) As praças: Dr. Rockert, Cristo Re-dentor, Rômulo Sales, Justino Silva -Praça do Triângulo – onde fica a Academia Pública da Terceira Idade.

6) Todavia, destacam-se os balneários da represa da barragem – são dezenas deles. Onde os banhistas podem se banhar, nadar, navegar de lancha e barco ou se aventurar nos jet-skis. Há também lindos chalés e uma comida gorutuba muito saborosa.

7) O belíssimo Rio Gorutuba – especialmente abaixo do sangrador, depois vindo à Praia do Copo Sujo e dezenas de outros lures as margens do rio.

8) O Centro Cultural Marly Sarney em frente à Rodoviária.

9) O Espaço Cultural Central do Brasil – Onde há Biblioteca Pública, espaço de Dança, música, artes em geral.

10) O Mercado Municipal - Marcado pelas tradições e costumes mineiros.

11) O Parque de Exposições Valdir Nunes, onde o Sindicato Rural realiza a maior Exposição Agropecuária do interior de Minas, com shows de artistas nacionais e regionais, leilões, feira da Agricultura Familiar etc..

12) Os costumes do povo Gorutubano podem ser observados em bairros como: Barbosas, Industrial (Dente Grande), Rio Novo, Santa Terezinha.

25. TRAGÉDIA NA CRECHE

Residindo-me em Vila Nova dos Poções, o segundo maior Distrito do referido município, com acerca 3200 habitantes, distando a 20 quilômetros, aproximadamente, ao norte do centro de Janaúba.

Na manhã do dia 05 de outubro de 2017, estando junto a duas pessoas que haviam pegado carona comigo de Vila Nova dos Poções a Janaúba, ao chegarmos à cidade, ainda na Avenida Gentil Dias, no segundo aclive de sentido norte ao sul, iniciando o Bairro Rio Novo, deparamos com um alvoroço de muita gente, muitos carros, ambulâncias e polícias. Havia ali pessoas chorando com muito desespero. Porém como havia muita gente, socorristas e policiais, não paramos. Bem que eu quis parar, mas uma das pessoas que estava comigo disse que estava com muita pressa.

Somente depois fiquei sabendo que seria de suma importância se tivéssemos parados. Visto que os socorristas ali, não estavam dando conta de socorrer às vítimas, pois se tratava de uma tragédia de triste fato: um segurança, chamado Damião Soares dos Santos, de 50 anos, funcionário público, efetivo, desde 2008, e que estava de férias de julho a agosto, ao retornar ao trabalho, no mês de setembro, alegando problema de saúde, foi afastado da referida função. Ao ir à Creche, denominada “Gente Inocente”, onde trabalhava, a fim de entregar um atestado médico, acabou causando uma grande catástrofe.

Vejam o desfecho: Damião chegou à referida creche, às 9 horas e 30 minutos, conduzido por uma motocicleta, portando uma mochila, e mesmo sem tirar o capacete, ele conseguiu entrar na instituição. No respectivo horário havia 75 crianças e 17 funcionários na escola. E conforme Damião ia se adentrando no prédio da escola, ele fechava as portas após entrar e sair. A perícia sugere que ele fechou três salas da creche, onde estavam entre 55 a 60 pessoas.

25.1. VERSÕES RELATIVAS AO ATENTADO

Vejam algumas versões sobre o atentado:

Versão I: “Damião fez algumas perguntas à diretora sobre o afastamento dele temporário do serviço. De repente, abriu a mochila e retirou de dentro dela um pote usado para a venda de sorvete, que estava cheio de gasolina. E, imediatamente, ele começou a espalhar o combustível em direção às crianças e pela sala, ateando fog em seguida. As chamas se espalharam rapidamente, sem que as crianças conseguissem escapar”.

Versão II: “Damião chegou a conversar com uma funcionária conhecida e disse que estava muito doente. Alguns afirmam que ele disse que iria dar alguns doces para as crianças e, como era véspera do dia das crianças, ninguém suspeitou de nada”.

Versão III: “Segundo o delegado, Damião chegou e logo ateou fogo em uma funcionária que estava na cozinha”.

Versão IV: “Damião tirou um galão da mochila, lançou álcool nas crianças e ateou fogo nelas. De imediato, as chamas se espalharam por outras salas. O terrorista teria ainda segurado as crianças, evitando que elas saíssem”.

Versão V: “Mas há versão de que Damião lançou o fluido inflamável nele próprio e depois nas crianças, e que o fogo foi ateado em si mesmo e, em seguida, ele saía abraçando as crianças. E uma professora, chamada, Helley Abreu Batista, de 43 anos, tentava detê-lo. Ela chegou a lutar com ele. Nesse mesmo instante, a diretora se trancou com 15 crianças no banheiro”.

Mas qual versão seria a certa? Creio eu que todas elas. Cada funcionário contou o que presenciou. Visto que, o máximo de funcionários que trabalhava juntos era dois. Isso que dizer que, cada um deles, ficava em um posto. E por onde o elemento havia passado na hora de cometer a tragédia, cada testemunha relatou o que havia visto, sob a sua perspectiva.

Não sabemos com precisão, por qual fator, mas, independente do que aconteceu “o terrorista” foi levado ao hospital com o corpo totalmente queimado, indo a óbito cerca de três horas depois.

Conforme o delegado responsável: “O crime foi premeditado. Damião escolheu a data de dia 5 de outubro porque o seu pai morreu exatamente nessa data, há três anos. O segurança havia dito aos familiares dele que ‘essa semana iria morrer’”.

Parentes disseram à polícia que, desde 2014, Damião já apresentava "sinais de loucura". Ele alegava que a mãe dele estava envenenando a água que ele bebia e, que isso estava trazendo a ele problemas. Na residência de Damião, a polícia encontrou cartas escritas por ele, em que diziam ter predileção e afeto por crianças. Também foram encontrados galões de combustível. "Encontramos seis ou sete galões de cinco litros com álcool", disse o delegado.

“Em virtude da gravidade do caso, foi montado um Sistema de Comando em Operações (SCO) no local, estrutura adotada para controlar os trabalhos de resposta a situações críticas”, além disso, os principais jornais do país faziam cobertura (24 horas por dia) em três cidades, a saber: Janaúba, Montes Claros e Belo Horizonte.

De imediato, morreram quatro crianças, a saber, três meninos e uma menina, ambos tinham 4 anos; além do terrorista que morreu 3 horas depois. 29 pacientes foram internados em Janaúba; 14 pacientes foram internados no Hospital Regional de Janaúba: na Sala vermelha, três; na Sala Laranja, dois; na Sala Amarela, três. Outros: CTI, três; Clínica H, 1; e na Sutura, dois (além de alguns professores). Foram encaminhados ao Hospital Fundajan 15 pacientes.

De imediato, 12 pacientes em estado gravíssimos foram conduzidos de helicóptero para hospitais especializados em Montes Claros (cidade polo, há 135 quilômetros ao sul de Janaúba) e para Belo Horizonte (Capital mineira, há 554 quilômetros).

Depois mais pacientes foram, tanto para Montes Claros como para Belo Horizonte. E conforme os dias iam passando, tanto as pessoas morriam nos hospitais como recebiam altas. Morreram ao todo onze pessoas, incluindo a professora e o terrorista.

Neste momento em que me encontro redigindo esse triste episódio, dia 30 de outubro de 2017, ainda há oito pacientes internados.

Na madrugada do dia 06 de novembro de 2017, morreu a auxiliar de professora, Geni Oliveira Lopes Martins, de 63 anos, ela é a 11ª vítima fatal do atentado. Ela estava internada no Hospital Municipal João XXIII, em Belo Horizonte. Restando ainda sete pacientes internados, alguns em estado grave. A imprensa continua, contudo, fazendo cobertura.

25.2. VAMOS À HONRA AO MÉRITO

O Corpo de Bombeiros e a Prefeitura de Janaúba notificaram que a professora Helley Abreu Batista, de 43 anos, não resistiu às queimaduras que atingiram quase 100% de seu corpo. Ela trabalhava no Centro Infantil Gente Inocente e, segundo o prefeito da cidade, Carlos Isaildon Mendes (PSDB), foi “uma verdadeira heroína”. “Helley entrou e saiu três vezes da sala de aula para tentar salvar as crianças”, disse ele.

Helley era funcionária efetiva do centro infantil e morava no município de Nova Porteirinha, separado de Janaúba por um rio. O corpo da professora ficou tão queimado que precisou ser reconhecido pelo marido por meio da arcada dentária.

Outra tragédia recente marcou a vida da família: no ano passado, o casal perdeu uma filha, vítima de afogamento. A professora era casada e deixa três filhos, de um, onze e treze anos.

No dia do sepultamento desta professora, a cidade parou, veio autoridades também de outras cidades, os principais jornais do país fizeram cobertura, o corpo dela foi conduzido até o cemitério na viatura do Corpo de Bombeiros e, tudo isso foi, tristemente, marcante.

25.3. NOVOS ACONTECIMENTOS

Como a atualização do livro “Janaúba e sua Gente” ocorreu simultâneo à tragédia na referida Creche, motivo o qual, fez com que demorasse mais o término da respectiva atualização.

Na tarde da segunda-feira 04 de dezembro de 2017, morre a 13ª vítima do incêndio da creche Gente Inocente de Janaúba. Trata-se da auxiliar de classe, Jessica Morgana Silva Santos, que faria 24 anos, no próximo dia 29 de dezembro. Ela estava internada na Santa Casa, em Montes Claros.

Uma boa notícia, uma das vítimas da referida creche, uma menina de cinco anos, chamada Raissa, recebe alta dia 06 de dezembro de 2017. Ela estava internada no hospital João 23 em Belo Horizonte.

Quatro pessoas ainda seguem internadas: No hospital João 23 em Belo Horizonte ainda tem duas pessoas: uma mulher e uma criança; Na Santa Casa em Montes Claros, mas duas pessoas.

No dia 11 de dezembro de 2018, morre a décima quarta vítima da tragédia na creche. A criança que estava internada. Ela era do sexo masculino. E uma das funcionárias, da referida instituição, ainda segue-se internada.

A partir do dia 25 de janeiro de 2018, os familiares das vítimas, na Creche Gente Inocente, estavam liberados para comparecerem ao órgão competente, munidos de documentações para iniciar o processo das devidas indenizações.

25.4. A CRECHE RETOMA AS AULAS

Centro Infantil Gente Inocente, voltou a funcionar em outro endereço. Todavia o governo federal Michel Temer liberou uma verba pelo MEC, além de fazerem, também, uma campanha de arrecadação de fundos na internet para reerguer a instituição. Houve muitas doações de pessoas físicas, empresas, o time profissional de vôlei de Montes Claros e outros. No dia 4 de novembro de 2017, aconteceu um grande leilão no Parque de Exposições, no intuito de angariar verbas para a referida creche.

Todavia, o prefeito da cidade, Carlos Isaildon Mendes (PSDB), disse que irá construir outra creche, com outro nome, a saber: Helley Abreu Batista. Homenagem muito merecedora.

25.5. PREFEITURA DE JANAÚBA É DENUNCIA-DA POR NEGLIGÊNCIA EM ATAQUE A CRECHE

A Defensoria Pública de Minas Gerais denunciou a Prefeitura de Janaúba, no Norte de Minas por omissão que culminou na invasão da creche por um ex-vigia que ateou fogo em crianças e funcionários. A ação decreta o pagamento de R$ 3 milhões em indenizações às famílias das vítimas.

Na acusação, o órgão assegura que a Prefeitura da cidade tem culpabilidade pela tragédia acontecida no Centro Municipal de Educação Infantil Gente Inocente. Doze pessoas morreram, entre elas, está o autor do crime, Damião Soares Santos, nove crianças, uma professora e uma funcionária da escola.

Conforme a Defensoria, a Prefeitura de Janaúba tinha conhecimento de que Damião era portador de transtorno psiquiátrico. Ainda, de acordo com a investigação, outro vigia da creche, Hélio Soares de Souza, convocado pelo município para substituir Damião, quando ele estava em atestado, também sofria de transtornos mentais.

Em depoimento à Defensoria, Hélio Soares de Souza, disse que informou à secretaria que não tinha condições de trabalhar no local, porque não suportava ficar próximo de crianças, devido aos gritos. Mesmo assim, o vigia só teria sido afastado após o incêndio na creche. Afinal, a acusação ainda sustenta que a creche não possuía saídas de emergência e nem alvará do Corpo de Bombeiros.

A ação foi protocolada na Justiça e também solicita indenização às vítimas e ao município no valor superior a R$ 3 milhões. A Prefeitura de Janaúba havia informado que o prefeito estava em Brasília e que ele trataria pessoalmente do assunto quando retornasse à cidade.

25.6. A RECONSTRUÇÃO DA CRECHE GENTE INOCENTE

A demolição do prédio da creche Gente Inocente teve início dia 02 (quarta feira) de novembro de 2017. O prédio será totalmente reconstruído. O prazo previsto é de 120 dias para a criação de uma unidade de ensino mais moderna e adequada às normas de segurança, conforme a assessoria de imprensa do município.

A construção está sendo arcada por um grupo empresarial e as crianças devem desfrutar do novo espaço em fevereiro, no início do ano letivo.

A nova creche receberá o nome de Centro Municipal de Educação Infantil Heley de Abreu, em homenagem à professora que deu a vida para salvar crianças na tragédia do dia 5 de outubro, quando o vigia da instituição, Damião Soares dos Santos, ateou fogo ao próprio corpo e em alunos e servidores.

A nova escola irá receber um número menor de crianças. O número de vagas será reduzido de 75 para 40. Alguns alunos serão transferidos para outras creches da cidade.

E até o novo edifício ficar pronto, os alunos estarão estudando no centro de saúde infantil, que foi adaptado à realização das aulas.

26. CRIMINALIDADE EM JANAÚBA

Em Janaúba, bem como em todo Norte de Minas, até por volta do ano 2000, o índice de droga não atingia um terço, com relação ao índice atual. E melhor, não havia o crack.

Dificilmente, alguém tinha um revolver. Roubo (subtração de bens quando a vítima corre risco de vida), só acontecia nas capitais. A gente somente ouvia dizer nos jornais.

Ocorriam alguns furtos (subtração de bens quando a vítima não corre risco de vida). Os furtos mais comumente eram de: galinhas, no galinheiro; roupas, no varal; comidas, na geladeira; frutas, no pomar; melancias, na roça etc. E residir na zona rural era também sinônimo de segurança.

Portanto, ao se iniciar o novo milênio, as coisas começaram a se complicar. As drogas multiplicaram drasticamente. Apareceu o crack (mistura de cocaína, bicarbonato de sódio etc.) é um meio para fumar a cocaína.

As armas de fogo invadiram o mundo do crime. Os meliantes têm armamentos de guerra. Nem os policiais têm armas tão pesadas como os criminosos.

Consequentemente, o roubo chegou à região e se multiplicou terrivelmente. Os homicídios que hoje acontecem em um mês, antes do ano 2000, não aconteciam em um ano. E hoje, residir na zona rural tornou-se uma opção muito perigosa.

No mês de maio de 2017, o Batalhão da Polícia Militar em Janaúba recebeu novos soldados para trabalhar no combate à criminalidade e à violência, que registrara mais de 22 homicídios nos quatro primeiros meses do referido ano. Janaúba, infelizmente, trata-se de uma cidade entre as mais violentas da Serra Geral de Minas.

O capitão Nilson Antunes Figueira, Chefe da Seção de Recursos Humanos do 51º Batalhão de Polícia Militar de Janaúba, apresentou o Batalhão aos novatos, assim como também, o comandante tenente-coronel João Aparecido do Nascimento, ao dar as boas-vindas aos novos policiais que haviam chegados para reforçar o policiamento em toda a região da Serra Geral.

A PM não informou quantos dos 56 militares permanecerão em Janaúba, nem quantos seguirão para Jaíba, outra cidade que vive as agruras da violência e, todavia, dis-puta com Janaúba em número de homicídios.

Com isso, os índices de roubo e de homicídios caíram em cerca de 80%, implicando que a cidade tenha ficado bem mais tranquila. Oxalá, que assim permaneça.

TERRA ACOLHEDORA

Região de povo que luta, E não desiste jamais;

Lugar de muita água, E calor;

Vem e desfruta, É uma realidade;

Cidade cheia de graça, E abençoada pelo Nosso Senhor.

Aqui produz muita fruta, Após a construção da barragem;

A felicidade é desde a alva, E continua após o sol se por;

Ela é uma musa, Como muita capacidade;

Ouçam a minha fala, Deste belo interior.

Planície e estrutura, É a sua imagem;

Sede de muitas áreas, Lugar acolhedor;

Estou falando de Janaúba, No Estado de Minas Gerais;

Levante as suas mãos batem palmas, Este lugar é merecedor.

VI DISTRITOS

Segundo o site, Minas Gerais, Janaúba – MG: Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município é constituído do distrito sede. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 31-XII-1968.

Pela Lei estadual nº 6769, de 13-05-1976, foram criados os distritos de Barreiro da Raiz e Quem-Quem e anexados ao município de Janaúba. Em divisão territorial datada de 1-I-1979, o município é constituído do distrito sede.

Pela Lei estadual nº 8285, de 08-10-1982, foram criados os distritos de Barreiros do Rio Verde ex-povoado e Vila Nova dos Poções ex-povoado e anexado ao município de Janaúba.

Em divisão territorial datada de 1-VII-1983, o Município é constituído de 5 distritos: Janaúba, Barreiro da Raiz, Barreiro do Rio Verde, Quem-Quem e Vila Nova dos Poções. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1993.

Pela Lei estadual nº 12030, de 21-12-1995, é extinto o distrito de Barreiro do Rio Verde, passando sua área a fazer parte do novo município de Verdelândia.

Em divisão territorial datada de 1995, o município é constituído de 4 distritos: Janaúba, Barreiro da Raiz, Quem-Quem e Vila Nova das Poções. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007.

VII MICRORREGIÃO

São treze municípios que compõe a Microrregião de Janaúba Minas Gerais. Vejam: Janaúba, Porteirinha, Jaíba, Espinosa, Monte Azul, Mato Verde, Riacho dos Machados, Nova Porteirinha, Mamonas, Pai Pedro, Gameleiras, Catuti, e Serranópolis de Minas.

Devido à sua posição geográfica estratégica, Janaúba consiste em passagem quase obrigatória para as principais cidades, para o Projeto Jaibão e cidades adjacentes, bem como para as demais cidades nortes mineiras em sentido a Bahia. Mas alguém pode perguntar que vantagem há nisso. Ora, são inúmeras vantagens, a saber:

a) Os veículos tanto se abastecem de combustível, como fazem manutenção na cidade – fator que melhora a renda financeira dos postos de combustíveis e das oficinas mecânicas;

b) Condutores de veículos e viajantes se alimentam e às vezes precisam dormir na cidade – fator que favorece a rentabilidade dos restaurantes e hotéis.

c) Os proprietários desses estabelecimentos faturam mais do que os proprietários de estabelecimentos semelhantes das cidades adjacentes.

d) Com isso a prefeitura fatura mais impostos.

e) E a cidade fica mais conhecida porque muitas pessoas precisam passar por ela.

Assim, Janaúba lidera as cidades as seguintes, em mais de 13 áreas, a saber: Educação (Pré-Escolar, Ensino Fundamental e Médio); Polícia Militar; Polícia Civil; Os Correios; A CEMIG; A COPASA; A Justiça Federal; O INSS (foi aberta uma filial em Porteirinha, para descongestionar mais); A Caixa Econômica Federal (foi aberta uma filial em Porteirinha, para descongestionar mais); O Hospital Regional (para todas as cidades da região); A sede da Igreja Católica; A sede das Assembleias de Deus; A Auto Escola Preferencial.

UMA BREVE DESCRIÇÃO DE CADA MUNICÍPIO DA MICRORREGIÃO:

1) JANAÚBA – O Município de Janaúba tem cerca de 75 000 habitantes (a sede da Microrregião);

2) PORTEIRINHA – Faz parte do Parque Estadual Serra Nova e tem acerca de 40 000 habitantes – Cidade emancipada dia 17 de dezembro de 1938, banhada pelo Rio Mosquito, sua sede municipal é situada há 35 quilômetros ao nordeste de Janaúba (por estrada), com a população conhecida “amigável”. O principal ponto turístico é na Cachoeira do Serrado, cidade acessada pela MGC122, em direção ao Estado da Bahia;

3) JAÍBA – O Município de Jaíba tem aproximadamente 40 000 habitantes, Cidade banhada pelo Rio Verde, emancipada dia 20 de janeiro de 1992, sua sede municipal é situada há 75 quilômetros ao noroeste de Janaúba (por estrada), povo alegre e festeiro, onde há o maior projeto de irrigação da América Latina o “Projeto Jaibão”;

4) ESPINOSA Selo UNICEF – Espinosa faz parte do Parque Estadual Caminho dos Gerais e conta com cerca de 40 000 habitantes, Cidade emancipada dia 7 de setembro de 1923 e instalado em 9 de março de 1924, Situada há 144,976 quilômetros ao nordeste de Janaúba (por estrada), onde há uma importante barragem e um projeto de irrigação – último Município do Norte de Minas acessado pela MGC122, divisa com e Estado da Bahia;

5) MONTE AZUL – O Município de Monte Azul faz parte do Parque Estadual Caminho dos Gerais e tem cerca de 30 000 habitantes, Emancipado dia 4 de outubro de 1887, cidade banhada pelo Rio Tremedal, Situada há 119,169 quilômetros ao nordeste de Janaúba (por estrada), A cidade da carne de sol, economia principal o comércio, acessada pela MGC122, em direção ao Estado da Bahia, com relação à referida rodovia, é a penúltima cidade de Minas Gerais, estando antes de Espinosa;

6) MATO VERDE - O Município de Mato Verde faz parte do Parque Estadual Serra Nova, tem aproximadamente 15 000 habitantes, emancipado dia 12 de dezembro de 1953 e instalado no dia 1 de janeiro de 1954, Situada há 84,087 quilômetros ao nordeste de Janaúba (por estrada), sua economia agrícola de pequenos produtores, possui dois estabelecimentos particulares de ensino superior, a Unopar Virtual (sistema de ensino ead) e a Favenorte (Instituto Superior de Ensino Verde Norte). Cidade acessada pela MGC122, em direção ao Estado da Bahia, vindo logo antes de Monte Azul;

7) RIACHODOS MACHADOS – O Município de Riacho dos Machados faz parte do Parque Estadual Serra Nova e tem cerca de 10 000 habitantes, Emancipado oficialmente dia 3 de março de 1963, Situado há 74,163 quilômetros ao Sudeste de Janaúba (por estrada), cidade do ouro; O seu trevo, com relação à Janaúba, é ao sul da cidade de Porteirinha;

8) NOVA PORTEIRINHA Selo UNICEF – O Município de Nova Porteirinha tem aproximadamente 10 000 habitantes; onde a sua zona rural é totalmente verde, cidade há poucos metros ao leste de Janaúba. Para mais informações, ver o último capítulo deste livro;

9) MAMONAS Selo UNICEF – O Município faz parte do Parque Estadual Caminho dos Gerais e tem acerca de 10 000 habitantes, emancipado dia 27 de Abril de 1992, situado há 138,833 quilômetros ao nordeste de Janaúba (por estrada), sua economia é a baseada a agricultura familiar e na produção de cachaça – cidade isolada, o seu acesso (estrada) não liga há mais nenhum município, o seu trevo é situado à MGC122, ao oeste, entre Monte Azul e Espinosa – Mas, chegando a Mamonas, ninguém quer mais ir embora. Devido o seu povo amigo e hospitaleiro, e o clima do lugar. Em Mamonas tem uma bela lagoa dentro da cidade, bem urbanizada, onde o pessoal faz caminhadas, onde acontecem as festas juninas. Vale muito apena conhecer essa cidade, já morei lá, digo isso por experiência própria;

10) PAI PEDRO Selo UNICEF – O Município de Pai Pedro tem aproximadamente 10 000 habitantes, emancipado dia 13 de maio de 1976; Situado há 57,015 quilômetros ao nordeste de Janaúba (por estrada); População primitiva atraída pelo Rio Serra Branca. Este Município, especialmente Tocandira, um de seus Distritos, tem participação importante na história dos gorutubanos, o povo nato de Janaúba e de Nova Porteirinha. O seu trevo é situado à MGC122, logo após a cidade de Porteirinha;

11) GAMELEIRAS – O Município de Gameleiras faz parte do Parque Estadual Caminho dos Gerais e tem cerca de 10 000 habitantes, Emancipado dia 21 de Dezembro de 1995, Situado há 144,009 quilômetros ao norte de Janaúba (por estrada). Em Gameleiras o vento é forte desamamente no outono e no inverno. Mas, lá tem um belo lugar turístico, a saber, a sua barragem toda de concreto - Ela é muito impressionante, para saber ao certo é só conferindo pessoalmente para confirmar. Acesso: há 30 quilômetros a partir do seu trevo, em Riachinho, situado à Ruralminas (Rodagem Estadual), que liga Monte Azul a Jaíba, por dentro;

12) CATUTI Selo UNICEF – O Município de Catuti tem aproximadamente 10 000 habitantes, Situado há 89,350 quilômetros ao nordeste de Janaúba (por estrada), Possui somente um Distrito, a saber, o Barreiro Branco, mas há acerca de duas dezenas de comunidades na extensão de seu Município. Acesso à sede municipal: há 10 quilômetros do seu trevo, ao este, da MGC122, ao sul da cidade de Mato Verde;

13) SERRANÓPOLIS DE MINAS – O Município de Serranópolis faz parte do Parque Estadual Serra Nova tem acerca de 5 000 habitantes; Emancipado dia 21 de dezembro de 1995, e instalado dia 1º de janeiro de 1996. Situado há 65,459 quilômetros ao sudeste de Janaúba (por estrada). Onde há uma importante barragem e o Magnifico Talhado, na Serra Geral, o que faz do Munícipio, o mais turístico da Microrregião. Serranópolis é situada há uns 20 quilômetros ao sudeste de Porteirinha. Acesso: o seu trevo é situado ao leste de Porteirinha.

Observação: Verdelândia faz parte da Microrregião de Montes Claros/MG.

A BEIRA DO RIO

O rio estar em desespero, foi-se a sua beleza, e estar feio demais;

Mas, ele foi um bom hospedeiro, hoje a sua riqueza, ficou para trás.

A beira do rio não é banheiro, lixeira, ou, cemitério de animais;

Não se transforma a natureza em dinheiro, trincheira, ou, em restos mortais.

Agem no rio com esmero, zele da sua beira, como se fosse o teu quintal;

Não há nenhum segredo, o negócio é limpeza e fazer de suas margens em um bosque fluvial.

Na beira do rio plante árvores de janeiro a janeiro, lembre-se também das mangueiras, isto é muito legal;

Assim ressuscitará o seu leito, será uma beleza, sensacional!

JANAÚBA MINAS GERAIS

Já é hora de progredir;

Agora é tempo de crescer;

Não é bom só dormir;

Acorda para ver;

Unidos vamos conseguir;

Batalha pra valer;

Admite que vá unir;

Mineiro não fica a mercê;

Intimidado pelo porvir;

Na verdade vai prevalecer;

Antes de o pior vir;

Sempre haverá um novo amanhecer;

Geralmente é importante adquirir;

É preciso também conhecer;

Realmente é bom está aqui;

Aumente o teu saber;

Invente e criei;

Sem se perder.

VIII. NOVA PORTEIRINHA

Nova Porteirinha é um município brasileiro, situado ao Norte de Minas Gerais. Apresentar-me-ei sete pontos sobre esta importante cidade, a saber: Município, População, Cultura, Área municipal, Atividades, Infraestrutura e Distritos e Povoados.

1. MUNICÍPIO

Materialmente dizendo, nada neste mundo é tão lindo, para o sertanejo, como ver a vegetação verde. O sertanejo pode ter dinheiro, saúde, e etc., mas, se a vegetação estiver seca, ele não é feliz. Portanto, individualmente, considero o Município de Nova Porteirinha como um dos municípios mais bonitos do Brasil. Ele é o único Município do Norte de Minas que é 100% verde, devido ao sistema de irrigação.

Segundo o site, Prefeitura Nova Porteirinha, O centro desenvolveu e, por força da Lei estadual nº 8.285, de 08/10/1982 foi criado o Distrito de Nova Porteirinha, pertencente ao município de Porteirinha. O Distrito foi instalado em 05/03/1983. A emancipação política sucedeu por meio da Lei nº 12.030, de 21/12/1995, que criou o Município de Nova Porteirinha, com área desmembrada do Município de Porteirinha, foi instalado em 01/01/1996.

Ainda conforme o site, Prefeitura Nova Porteirinha, A área onde está a sede municipal fazia parte da Fazenda Gameleira, de propriedade do senhor Bertolino José Serafim, que juntamente com seus filhos e genros, Geraldo Dias dos Santos e Domingos Pereira dos Santos deram início à povoação. Além desses, devem ser lembradas também como pioneiras: dona Eva Rodrigues de Souza, dona Venância dos Santos Lima, professora e filha de Bertolino, Manoel Pereira da Silva e outros.

O saudoso, Luiz Serafim (irmão do também, saudoso, Ângelo Serafim - que tinha um armazém em Janaúba), e de Gerozino Serafins (que morava no Bairro Novo Paraiso em Janaúba) - pessoalmente, conheci ambos. Morei vizinho de Gerozino Serafins. Eu era muito pequeno quando tinha contatos com Ângelo e Gerozino, por isso, somente éramos conhecidos, e não amigos. Mas, quanto ao Luiz Serafim, era muito meu amigo. Conheci o em Jaíba (entre os anos 1998 – 1999), ele teria mudado de Nova Porteirinha com medo da Barragem do Bico da Pedra se Arrebentar.

Eu, como apaixonado por histórias, entrevistava-o o tempo todo. O qual me relatou muitas informações importantes, do tipo: Um quilombo chamado Mucambo, fator indispensável para se entender a origem dos gorutubanos; E que era proprietário de uma faixa de terras, onde é hoje parte de Nova Porteirinha, herança herdada de seus pais, que herdaram de seus avós. Que moravam, no referido Mucambo – “que era ali pertinho” segundo ele.

Tive-me a grande honra de conhecer a Luiz Serafim, mas, eu como pastor, e ele, como membro da igreja em que eu pastoreava, tive também a infelicidade de fazer a cerimônia de seu funeral e ajudar a sepultá-lo.

2. POPULAÇÃO

Segundo o Senso de 2004 essa população era estimada de 7.552 habitantes. A população de Nova Porteirinha é intrínseca à população de Janaúba, o povo no geral é o mesmo. O povo primitivo de ambas as cidades é o povo Gorutubano. E no geral os membros dessas famílias residem-se nas duas cidades. Até mesmo a minha família é dividida em ambas as cidades. No momento agora, eu mesmo, moro nas duas cidades, tomo café em Janaúba e almoço em Nova Porteirinha; durmo uma noite em Janaúba, outra em Nova Porteirinha e sucessivamente. Meu endereço fixo, no momento, é em Nova Porteirinha.

Há pessoas de Janaúba que trabalham, tanto nas áreas irrigadas, como na Prefeitura de Nova Porteirinha; 90% dos empregos do pessoal de Nova Porteirinha são em Janaúba; 90% dos alunos da FAVAG (uma grande faculdade de Nova Porteirinha) são de Janaúba; O Presídio, os Hospitais, a COPASA, a CEMIG, os Banco, de Nova Porteirinha são em Janaúba; e etc.. Mas, é óbvio que em Nova Porteirinha há a Casa Lotérica, Ponto de atendimento do Bradesco.

Religião: em Nova Porteirinha tem uma religião predominantemente, a saber, o Catolicismo Romano. Existem também as igrejas evangélicas, como Assembleia de Deus, Batista Renovada, Outras Batistas, Congregação Cristã no Brasil e outras.

3. CULTURA

A população do Município de Nova Porteirinha é muito rica culturalmente. Mas, podemos destacar: as festas religiosas, a criação de equinos, as cavalgadas, rodeios, e outros esportes radicais com animais, e os biscoitos caseiros.

4. ÁREA MUNICIPAL

Para o site, Prefeitura Nova Porteirinha, “A área plantada no Perímetro de Irrigação Gorutuba soma 4.242,20 hectares. Destes, estão implantados 2.732,20 hectares das principais fruteiras; 887,50 hectares com as principais culturas anuais; e 461,70 com as principais culturas de madeira. O ponto mais alto do município é de 500 metros, local: região central da cidade”.

5. ATIVIDADES

Segundo o site, Prefeitura Nova Porteirinha, no perímetro municipal são produzidas diversas variedades de frutas, com predominância da bananicultura. Representando mais de 50% da quantidade e valores. Mas, ainda produz-se no referido Município: limão, maracujá, manga, uva e muitas outras. Além de grande quantidade de grãos, como feijão, sorgo, milho e ainda há o plantio comercial de árvores, destacando o mogno.

Na sede municipal a FAVAG – Faculdade Vale do Gorutuba – fator que faz da cidade ser, também, universitária. Há um bom comércio através de vários supermercados, açougues e farmácias.

6. INFRAESTRUTURA

A sede municipal de Nova Porteirinha é composta por aproximadamente 22 ruas; Com acerca de 940 casas[2]. Divididas em: A EPAMIG – Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais; O prédio da Prefeitura; O prédio da Câmara de Vereadores; O prédio da FAVAG; O prédio do Posto de Saúde; Um posto de Combatíveis; Uma rodoviária; Um posto policial; Um Cartório de Registros Cíveis; Três Grupos Escolares; Acerca de cinco templos religiosos; Duas praças; Um canteiro central na avenida principal; Duas pontes; A Rodovia mgc125, com acesso a cidade de Porteirinha e ao Nordeste brasileiro; Duas Rádios; Uma Escola de Condução de veículos; Uma Casa Lotérica; Um Ponto de Atendimento do Bradesco; Ruas pavimentadas; Duas pontes que ligam a Janaúba; Centenas de residências e outros. O cemitério foi construído em um dos distintos. O turismo em Nova Porteirinha se baseia no balneário Bico da Pedra, à margem direita do Rio Gorutuba.

7. DISTRITOS E POVOADOS

O Município em apreço é composto, pelos seguintes Distritos e Povoados: Nova Porteirinha; Colonização I – Paraguaçu; Colonização II; Colonização III; o Furado das Oliveiras e outros.

CONCLUSÃO

Meus parabéns, caros leitores e leitoras, por ter lido esta Obra até ao fim. Com certeza ficastes bem mais conscientizados (a) sobre os oito pontos tratados, a saber: Rio Gorutuba, Gorutubanos, Vale do Gorutuba, Gameleira, Janaúba, Distritos, Microrregião, e Nova Porteirinha.

Quanto ao Rio Gorutuba, reivindicamos a sua preservação, trato e muito cuidado. Para que ele venha viver de novo. A natureza tem o poder de regeneração, quando os seus usuários, lutam com afinco e consciência para essa finalidade.

Quanto aos Gorutubanos, reivindicamos respeito, reconhecimento e admiração, para com eles. Foi esse povo que primeiramente nasceu na respectiva região e que desbravaram esse lugar.

Por incrível que pareça, gorutubanos sofrem de racismo, por causa de sua cor, por ser sertanejos e pelo seu linguajar coloquial. Em pleno século vinte e um, muitos agem, como se não houvesse mais jeito para o ser humano. Mas, há jeito sim para humanidade. Os passos são: consciência, educação, respeito e humanidade.

E as histórias alusivas ao Vale do Gorutuba, e a Gameleira, contribuíram para conhecermos as rizes de Janaúba. Graças a essas raízes e esses povos, Janaúba se expandiu em sua Sede Municipal, e em demais Distritos, fatores que lhe honrou como sede de uma importante Microrregião.

E quanto aos relatos sobre a cidade de Nova Porteirinha contribui para entendermos melhor a essa gente. Além disso, Janaúba e Nova Porteirinha só andam se forem juntas. Estas duas cidades eram unidas antes do advento do povo gorutubano.

Os índios Tapuias, os primeiros habitantes da região, habitavam em ambos as margens do Rio Gorutuba. E segundo o saudoso, meu amigo, Luís Serafins, o Mucambo, o Quilombo, construído pelos escravos fugidos da escravidão na região de Pai Pedro e de outros lurares, era à margem direita do Rio Gorutuba, na região de Nova Porteirinha.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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JANAÚBA (MINAS GERAIS). In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2015. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Jana%C3%BAba_(Minas_Gerais)&oldid=43333374>. Acesso em: 21 nov. 2015.

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PREFEITURA DE JANAÚBA/MG, disponível em: < www.janauba.mg.gov.br > Acessado no dia 11 de novembro de 20015.

PREFEITURA NOVA PORTEIRINHA, Terra de oportunidades, disponível, em: < http://www.novaporteirinha.mg.gov.br/index.php/a-cidade >, acessado em 16 de dezembro de 2017.

RIO GORUTUBA. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2015. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Rio_Gorutuba&oldid=42290606>. Acesso em: 11 nov. 2015.

BIOGRAFIA DO AUTOR

DADOS PESSOAIS: João Domingos Soares de Oliveira. Nascido em 28 de janeiro de 1968. Natural do Município de Capitão Enéas, Minas Gerais, Brasil. Estado civil Casado com Otília Marques de Sousa Oliveira. Filhos: Jussara, Jonas e Camila. RELIGIÃO: Evangélico.

FORMAÇÃO: Doutorado em Teologia – Linha de Pesquisa: Educação Cristã (Pela SETEB); Licenciado em Língua Portuguesa, e em Matemática (pela UNIP); Pós-graduado em Docência Superior (pela UCBD); Pós-graduado em Metodologia do Ensino da Matemática (Pela Faculdade São Luís); Bacharel em Psicanalise (pelo Instituto Educar) e etc.

FUNÇÃO: Membro da CGADB e da COMADENG, Pastoreia igrejas desde 1996; Diretor da FAM – Faculdade Manancial, e da ACB – Academia Científica do Brasil. Escritor de mais de duas dezenas de livros; Professor de: Português, Matemática, adm. Empresarial, Oratória, Teologia (Especializado em Escatologia), e etc.

CONTATO

WHATSAPP 38 999178941; Celular VIVO: 38 99870 6344;

Facebook: https://www.facebook.com/joao.dso;

E-mail: joao.dso@hotmail.com;

Sites: www.jdso.com.br


[1] Vasilha em forma de tigela muito grande, em geral de madeira ou barro, em que se dá de comer aos porcos ou que serve para banhos, lavagens e outros fins. Essa gamela era de madeira.

[2] Contagem das casas de Nova Porteirinha: Eu estive no ano de em 2014 com a equipe do IBGE, que tinha concluído o senso do Distrito de Quem – Quem. Então, eu a indaguei sobre a quantidade de casas e de habitantes. A qual me respondeu: 360 casas, e 2800 habitantes. [População de Nova Porteirinha: 7.552 habitantes (senso de 2004), o (senso de 2010) 7.398 habitantes; média: 7.552 + 7.398 = 14.950/ 2= 7.475.]. Assim, 7.475/ 2800 =̃ 2,6 * 360 = 936; com a margem de erro arredondamos para, aproximadamente 940 casas.

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